E lá voltou o fantasma de José Sócrates a ensombrar – ou a assombrar, como prefere Paulo Portas – o PS e a política portuguesa. Pelo menos, foi ele que pairou, na semana passada, sobre o debate (?) do Orçamento do Estado, a partir do momento em que Vieira da Silva disse estar orgulhoso de…
Esta foi uma semana de passagem de testemunho na Comissão Europeia: Durão Barroso despediu-se e Jean-Claude Juncker obteve uma votação confortável no Parlamento Europeu para a sua equipa. Apesar das expectativas num novo rumo, com menos austeridade e mais crescimento para a Europa – o que Juncker procurou enfatizar no seu discurso perante os eurodeputados…
António Guterres demitiu-se em 2001 da chefia do Governo depois da derrota socialista nas eleições autárquicas, que afastaram o PS da presidência das câmaras de Lisboa e Porto. Foi uma decisão muito criticada na altura mas que Guterres justificou com um argumento principal: evitar que o país caísse num “pântano democrático”.
Sempre que o presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, decide ser um pouco mais ousado e aparentemente mais inconformista nas suas declarações, desencadeia-se uma espécie de efeito mágico nos mercados, suscitando uma onda súbita de optimismo económico numa Europa habituada à depressão. Foi assim quando, no período mais agudo da crise de confiança…
O editorial de quarta-feira de Le Monde, um dos jornais mais influentes e respeitados da imprensa internacional, é dedicado ao caso Espírito Santo, na sequência da decisão do Banco de Portugal (BdP) em separar as águas do BES entre um banco «bom», o Novo Banco, e um banco «mau», reunindo os activos tóxicos do Grupo…
Tal como os horrores do mundo de que falava na crónica anterior, assistimos hoje à multiplicação de situações absurdas, aparentemente inexplicáveis e inverosímeis, mas que, passado um primeiro choque de estupefacção, acabam por banalizar-se aos nossos olhos como reflexos de uma nova normalidade, uma realidade virada do avesso ou colocada de pernas para o ar.
Pelo menos desde o início deste século que não assistíamos à eclosão simultânea de tantos horrores em várias partes do mundo. Horrores produzidos pela demência dos homens e encarados com indiferença e cinismo pelos que, em número crescente, se acomodam à sua banalização.
Comentando há cerca de um mês a situação política francesa, na sequência da vitória da Frente Nacional e da hecatombe socialista nas eleições europeias, o primeiro-ministro Manuel Valls lançou um sombrio prognóstico: «Sim, a esquerda pode morrer…».
Porque é que o Banco Espírito Santo (BES), depois de ter aparentemente saído do limbo, volta a ser perseguido pela sombra da maldição familiar? A designação da nova trindade directiva (Vítor Bento, Paulo Mota Pinto e Moreira Rato) provocara alguns dias de alívio e a recuperação do valor das acções do banco, mas a partir…
Matteo Renzi, primeiro-ministro italiano, é uma personagem verdadeiramente singular. Pela sua juventude (tem 39 anos), pelas suas origens e percurso político (chegou à liderança da esquerda democrática italiana vindo de uma iniciação na democracia-cristã e no escutismo) e pela irreverência e energia que o tornaram rapidamente o mais popular político italiano e europeu. Foi ele,…
Quer se queira, quer não, o Mundial de futebol acabou, inevitavelmente, por eclipsar as questões nacionais e internacionais – algumas delas bem dramáticas, como a terrível guerra sectária no Iraque e na Síria, ou a interminável crispação na Ucrânia – que deviam merecer a nossa atenção. E, no plano interno, não falta quem tire proveito…
Os discursos presidenciais de 10 de Junho parecem condenados a ser meros exercícios de retórica no vazio de uma efeméride que merecia, sem dúvida, outra celebração mais imaginativa, empenhada e mobilizadora.
Na semana passada, defendi aqui que «só mesmo o voto útil no PS pode fazer a diferença e servir para virar a página».
No domingo passado, o Público, o Diário de Notícias (DN) e o Correio da Manhã (CM) traziam manchetes tão diversas como são as orientações e audiências dos três diários. Mas apesar dessa diversidade detectava-se uma rara convergência de sentido entre elas.
Nada teve de surpreendente a convergência de posições entre o Governo de Passos Coelho, a troika e personalidades europeias sobre a ‘saída limpa’ de Portugal do programa de resgate. No seu discurso festivo de domingo passado, o primeiro-ministro limitou-se a invocar, quase a papel químico, os argumentos utilizados pelo seu colega Enda Kenny para justificar…