Em resposta a um recurso do ex-primeiro-ministro, o procurador titular da Operação Marquês diz que Sócrates quer provocar «decisões contraditórias» e esquece-se «deliberadamente» do que foi dito pela Relação, insistindo em «fazer de conta» que este Tribunal não declarou haver indícios de crimes.
O deputado socialista António Gameiro, em conluio com José Sócrates, Carlos Santos Silva e um angolano facilitador de negócios, estará envolvido numa teia de tráfico de influências, subornos e alegadas extorsões a partir de Angola e a favor do Grupo Lena – uma suspeita formada pelo Ministério Público (MP) no âmbito da Operação Marquês.
Entre os membros do Conselho Superior do Ministério Público eleitos pela Assembleia da República há advogados com ligações a arguidos dos processos mais mediáticos da Justiça. Pinto Ribeiro e Castanheira Neves são dois desses exemplos: o primeiro foi ministro da Cultura do primeiro governo liderado por José Sócrates e o segundo é advogado de arguidos…
O Sindicato dos Magistrados do Ministério Público (SMMP) reagiu hoje ao processo de averiguações instaurado ao presidente António Ventinhas, referindo que a direção do sindicato nunca aceitará que os “que querem transformar a Justiça num amém passivo à iniquidade, falsidade e à arbitrariedade” ponham uma “mordaça às vozes incómodas”.
O Conselho Superior do Ministério Público abriu um inquérito “para averiguação de eventual responsabilidade disciplinar do presidente do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público (SMMP)”.
Carlos Santos Silva justificou parte dos 23 milhões acumulados na Suíça como resultado de um negócio altamente lucrativo em Angola, envolvendo uma exploração de salinas de primos de José Sócrates.
José Sócrates é a cara de um dos processos mais mediáticos da história do país. Depois da sua prisão, no final do ano passado, em 2015 a investigação alargou-se a gestores e respetivos grupos empresariais, além de Vara, outro ex-governante.
A equipa que investiga o ex-primeiro-ministro foi reforçada no último mês. Atualmente são sete procuradores, coadjuvados por dezasseis inspetores da Autoridade Tributária.
Nos processos de grande criminalidade económica, as relações familiares entre arguidos não são incomuns – existiam no Face Oculta, no Monte Branco e até nos Vistos Gold -, mas a teia familiar que os investigadores da Operação Marquês encontraram tem uma complexidade acrescida.
“Ao fim de seis meses, eu o que esperava era que o PS dissesse ‘não será já o momento de apresentar as provas?’”, afirmou José Sócrates em entrevista à TVI. O ex-governante socialista escusou-se a qualificar a relação que mantém com António Costa, mas não resistiu a deixar algumas farpas à forma como o atual…
A defesa de José Sócrates pediu hoje à procuradora geral da República a abertura de um inquérito para a “necessária e adequada investigação” dos factos denunciados por Paulo Silva, um dos investigadores da “Operação Marquês”.
José Sócrates defendeu desde o primeiro dia que as avultadas quantias que recebia de Carlos Santos Silva eram empréstimos e adiantou que os mesmos lhe foram concedidos num período de grandes dificuldades económicas. Mas há um detalhe que o Ministério Público (MP) acredita ser determinante para deitar por terra essa tese: já quando Sócrates era…
Quando o dinheiro não era entregue diretamente por Santos Silva a Sócrates, era Perna, André Figueiredo ou a secretária quem o recebia. MP tem tudo registado com vigilâncias e escutas.
José Sócrates devolveu, em outubro, 250 mil euros a Carlos Santos Silva, para abater no valor total que este lhe entregou nos últimos anos e que o ex-primeiro-ministro defende terem sido “empréstimos”. A informação desse pagamento foi prestada ao Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) pela advogada do empresário de Leiria, Paula Lourenço,…
A defesa de José Sócrates pediu ao tribunal a extinção das medidas de coação aplicadas ao ex-primeiro-ministro, por considerar que terminou o prazo máximo de duração do inquérito, disse hoje à agência Lusa um dos seus advogados.
O inspetor Paulo Silva, que lidera a equipa de peritos tributários que trabalham na Operação Marquês, fez duras críticas à alteração que diz ter sido introduzida na estratégia da investigação.
Se dúvidas houvesse quanto ao papel de Carlos Santos Silva no Grupo Lena, o administrador Joaquim Barroca Rodrigues encerrou o assunto quando disse ao juiz Carlos Alexandre que a função do empresário era abrir portas à internacionalização – uma das prioridades traçadas desde 2001. Oficialmente, Santos Silva começa a trabalhar com a empresa em 2007.