A defesa do ex-banqueiro pedira a suspensão do julgamento extraído da Operação Marquês, no qual Ricardo Salgado está a ser julgado por três crimes de abuso de confiança, com base num diagnóstico de doença de Alzheimer.
“Estive dois anos e nove meses a cumprir uma pena por crimes que não cometi e impossibilitado de sair, o que é também um exagero para o tipo de criminalidade de que fui considerado culpado”, frisou o antigo ministro, ao admitir, perante os jornalistas, que se sentiu injustiçado pois “sempre” viu o pedido de liberdade…
Num recurso duro, o Ministério Público pede ao Tribunal da Relação de Lisboa que seja reposta a acusação, com exceção dos crimes já objeto de decisões de pronuncia. Ivo Rosa cai no «poço do absurdo da ingenuidade», diz MP.
Recurso do Ministério Público pede que seja reposta toda a acusação mas não pode fazer nada em relação ao que já está em julgamento. MP acusa Ivo Rosa de menosprezar inquérito.
Os procuradores criticaram o juíz Ivo Rosa, ao considerarem o seu julgamento como um “ato de fé cego” por se ter baseado “em meras proclamações intuitivas, baseadas apenas nas perceções íntimas do julgador”.
O documento dos procuradores do MP, Rosário Teixeira e Vítor Pinto, contém cerca de 1.700 páginas.
Se Tribunal da Relação der razão a Rosário Teixeira, julgamentos que já foram feitos até agora terão de ser anulados e repetidos.
A defesa alega que o ex-banqueiro apresenta sinais de “lapsos de memória” e desgaste “emocional, físico e psicológico”
MP já enviou recurso da decisão instrutória para o Tribunal da Relação.
Francisco Roseta Fino desmentiu em tribunal as explicações dadas por Ricardo Salgado para a transferência de quatro milhões de euros do ‘saco azul’ do Grupo Espírito Santo para uma offshore do banqueiro.
O coletivo de juízes tomou a decisão baseada nas circunstâncias da pandemia de covid-19.
Em causa está um crime de branqueamento de capitais, que fazia parte do megaprocesso da Operação Marquês.
Defesa alegou que Ricardo Salgado não era o único a dar ordens na Espírito Santo Enterprises, como não foi o único a receber dinheiro.
A próxima sessão está marcada para o dia 6 de julho.
Antigo ministro e administrador da CGD começou a ser julgado por branqueamento de capitais em processo separado do Caso Operação Marquês.
O juiz do processo ordenou o envio dos autos para julgamento.
O julgamento deverá iniciar-se na próxima segunda-feira, 14 de junho.