A detenção do ex-primeiro-ministro português José Sócrates já corre mundo.
Milhares de exemplares do livro de José Sócrates – A Confiança no Mundo (Sobre a Tortura em Democracia), lançado em Outubro do ano passado e que tem origem na sua tese na Sorbonne – terão sido comprados com dinheiro levantado por Carlos Santos Silva da fortuna que José Sócrates lhe confiou.
Só em Janeiro de 2013, ainda sem diploma de filósofo, Sócrates arranjou por fim uma actividade profissional, na Octapharma. Esta multinacional farmacêutica austríaca passa a pagar-lhe 12 mil euros mensais, que ele declara ao Fisco como consultor da empresa para a América Latina – região onde se move à-vontade, graças às relações que cultivou quando…
Retirado de cena com a derrota nas eleições legislativas de 2011, no desemprego e apenas com uma única conta bancária que mantinha há 25 anos, como garantiu numa entrevista à RTP, José Sócrates investiu então 95 mil euros num Mercedes e faz-se estudante de Filosofia Política em Paris.
Em 2010, enquanto os cofres do país se encaminhavam para o colapso, os de Sócrates não: tinha uma almofada financeira de 20 milhões de euros no banco suíço UBS, em nome de uma offshore titulada por Santos Silva, e decidiu então trazer o dinheiro para Portugal.
Segundo o SOL apurou, ao longo dos anos em que foi governante, o ex-primeiro-ministro conseguiu obter uma fortuna de cerca de 20 milhões de euros, que colocou num banco na Suíça em nome de um homem de sua inteira confiança. Depois, está ainda indiciado por ter criado, no seu segundo governo, em benefício próprio, um…
As buscas na investigação a José Sócrates decorreram em vários locais e foram nalguns casos acompanhadas pelo juiz de instrução Carlos Alexandre, que deverá agora interrogar os arguidos, no Tribunal Central de Instrução Criminal.
O ex-primeiro-ministro é suspeito de crimes de corrupção, fraude fiscal agravada, branqueamento de capitais e falsificação de documentos – apurou o SOL junto de fontes conhecedoras do processo.