O Matuto considera que essas afro-variações são naturais. A mesma africanização aconteceu noutras línguas, como o Espanhol, o Inglês e o Francês. Só prova que a “língua” é um organismo vivo e isso nada tem a ver com tentativas de branqueamento.
Enquanto o Estado transferir o ónus social para os senhorios, não há políticas coercivas ou incentivos fiscais que resolvam o problema.
Não deixa de ser caricato que o governo da AD, supostamente defensor das famílias consubstancie, agora, um dos maiores ataques algumas vez feitos aos interesses de milhões de agregados familiares, representando uma contradição indecorosa com o que prometia no seu programa eleitoral!
Ser de esquerda no século XXI talvez signifique recuperar a lucidez de reconhecer que o ideal só ganha força quando se enraíza no real. O limite não é ceder, é agir com eficácia.
O país seria muito diferente se Costa, Jerónimo e Catarina não se tivessem aliado há dez anos. Haveria mais PCP e BE e menos Chega e IL. Como diz Cotrim, ‘imagina Portugal’.
Depois de décadas de relativismo e desconstrução, talvez o senso comum, e o belo com ele, esteja de volta.
O país vive destes lapsos que aparentemente contagiam tudo e todos, e até o Ministro da Defesa, Nuno Melo, comprou helicópteros que não servem nem para missões militares nem para socorro de emergência, mas defendeu-se referindo no Twitter que são uma excelente escolha para “evaquação” (‘sic’) médica…
Os países da Europa central irão opor-se a outro VP português. Ainda bem. Se Centeno não tinha condições de independência política para ser governador do Banco de Portugal, também não tem condições políticas para ser VP do BCE; os critérios são os mesmos.
A verdade é que Gouveia e Melo aparenta ser o melhor anti-Marcelo, sem intrigas nem politiquices. Os adversários vão tentar enredá-lo nesse jogo, é o antídoto contra a imagem séria do almirante.
A comunicação social entrou numa onda de olho por olho, dente por dente. A BBC, infelizmente, entrou no jogo.
‘Dessensibilização’: a técnica consiste em avançar em passos pequeninos na direção do que o assusta, de modo a perceber que pode lidar com a situação sem precisar de fugir.
A agricultura é muito mais do que exportações e números. É o garante da ocupação do território e da vitalidade das comunidades rurais.
Quando uma multinacional é capaz de organizar uma operação de milhões para evitar pagar o que qualquer pequena empresa do interior é obrigada a liquidar, o sinal que se envia à sociedade é devastador.
As notícias da morte da “velha” ordem mundial são, felizmente, manifestamente exageradas.
É precisamente esta ausência de acção que tem empurrado Portugal para uma posição cada vez mais periférica, dependente, endividada, vulnerável e incapaz (um cenário que recorda a “exiguidade”, a “exogeneidade” e o “protectorado” tantas vezes descritos pelo Prof. Adriano Moreira).
Talvez o neorreacionarismo não seja ainda o futuro, mas é já um ensaio sobre os contornos possíveis do pós-liberalismo, por vezes desvinculado de uma matriz conservadora capaz de o orientar.
Como podem os governos usar a despesa pública para a fortalecer o crescimento económico, mas respeitando o reduzidíssimo espaço fiscal, isto é, sem aumentar a despesa global?