O diretor artístico da bienal, Tiago Manuel, realçou que o projeto tem a “força simbólica” de ser o primeiro trabalho de ilustração de uma “obra canónica” da literatura mundial a ser integralmente elaborado por mulheres.
Já lá vão uns anos, precisamente 40 anos, desde a publicação d’ “os lusíadas” (1977), os medíocres sucessores dos varões assinalados de Camões. O encorpado livro reanimou esta língua como jamais se vira, gravando-lhe as experiências colectivas que a marcaram. Embora grafado em minúsculas, não há-de ter sido fácil registá-lo na Sociedade Portuguesa de Autores.
A “Os Lusíadas Para Gente Nova”, adaptados por Vasco Graça Moura, nada falta. Têm arte, engenho, a técnica, que vem render a musa clássica, e até uma “ilha do amor de cinco estrelas”, cheia de ninfas com “maminhas a saltar duas a duas/ Belos rabinhos, bocas de rubi”.
Com o seu novo romance, “Os Naufrágios de Camões”, Mário Cláudio oferece-nos um admirável puzzle narrativo a que não faltam peças que investem contra um Camões brônzeo e monumental