Raramente os media – escritos e audiovisuais – tiveram um fim de semana tão alucinante. Assistiu-se à implosão de um dos maiores bancos portugueses, ‘jóia da coroa’ de uma família tradicional, transversal a gerações e a regimes políticos. Acabou sem honra e com a glória em cacos.
A queda de um poderoso convoca sempre sentimentos contraditórios. E, não raramente, mesquinhos. São aqueles que o serviram de perto – ou dele se serviram – e que temem pelo seu futuro imediato. São aqueles que o invejaram de longe, lhe cobiçaram o poder, e agora lhe atiram impropérios. É dos livros. E da natureza…
Pertence ao domínio do insondável a panóplia de festivais de rock ou aparentados que reaparecem no Verão, de Norte a Sul, como cogumelos, atraindo multidões de jovens – e menos jovens –, de mochila e largas provisões para ‘curtir’.
Com uma insuspeita capacidade premonitória, o jornal Público do último domingo antevia, em título à largura da 1.ª página, Sinais de desintegração do Bloco de Esquerda com saídas e divisões.
Por entre a enxurrada de banalidades, do futebol às ‘socialites’ do dia, sobeja pouco espaço aos media para investigar o que deveria ser motivo de indignada perplexidade. É o caso do Aeroporto de Beja, um ‘elefante branco’ erguido sobre a antiga Base Aérea, onde foram gastos mais de 35 milhões de euros sem qualquer proveito…
Somos um país singular. Pressente-se uma espécie de ‘lei das séries’ no desfile frenético de polémicas. Sobrepõem-se e ocupam o espaço público, num desafio ao bom senso. Mal se esgota uma logo aparece outra…
A imprensa generalista vive um momento estranho. Ao perder continuadamente leitores, perde influência, perde publicidade e perde independência.
Há pessoas que vieram ao mundo fadadas pela predestinação. António Costa parece ser um deles. Quem consultar a Wikipedia, fica a saber que o homem de quem se fala exerceu a advocacia por pouco tempo e ingressou na vida partidária de corpo inteiro, com cartão da JS, tal como Seguro.
Com a solenidade ritual da praxe, perante as televisões em directo, os juízes do Tribunal Constitucional deram o seu veredicto e, de uma assentada, chumbaram três das quatro normas do Orçamento de Estado, abrindo um ‘buraco’ estimado em cerca de 750 milhões de euros, segundo os cálculos do Financial Times. Uma ninharia…
Num livro biográfico de Jorge Jardim Gonçalves, com publicação anunciada, Ramalho Eanes assume, em prefácio, que «houve uma acção de cerco e apropriação do BCP pelo poder político».
São imperscrutáveis os desígnios da grande maioria das 14 formações políticas – além de duas coligações – que se aprestam para disputar os 21 lugares atribuídos a Portugal no Parlamento de Estrasburgo.