Pouco mais de um ano depois do início da investigação, o MP acusou esta semana 12 arguidos pela morte de 64 pessoas e de ferimentos em outras 44 durante o incêndio de Pedrógão Grande.
Marcelo Rebelo de Sousa afirmou, esta sexta-feira, que é importante apurar responsabilidades sobre os incêndios de junho de 2017 em Pedrógão Grande.
O Departamento de Investigação e Ação Penal de Leiria acusou hoje doze arguidos no inquérito aberto para investigar as causas e as responsabilidades do incêndio de Pedrógão Grande. Em causa estão crimes de homicídio por negligência e de ofensa à integridade física por negligência, sendo alguns destes de ofensa à integridade física grave.
Entre os acusados estão elementos da Proteção Civil, funcionários de uma empresa de manutenção de estradas e de uma empresa de energia elétrica, além de três autarcas.
Ministério Público vai avançar com acusação no caso de Pedrógão
«Naquele dia, menina, viu-se de tudo: homens e animais andaram pelos ares por cima de bolas e línguas de fogo. Parecia coisa do demónio!», sussurra Olinda Silva arrastando as palavras como se a garganta lhe ardesse.
MP só investigou as causas e o combate ao incêndio. Fora do inquérito ficou a mudança de mais de metade da estrutura da Proteção Civil a três meses da época crítica dos fogos e a falta de preparação dos nomeados pela tutela.
O despacho de acusação que resulta da investigação ao incêndio de Pedrógão está por dias. Nem todos os 18 arguidos deverão ser acusados mas o SOL sabe que pelo menos três autarcas estarão entre os acusados: os na altura presidentes das Câmaras de Castanheira de Pera e de Figueiró dos Vinhos e o então vice-presidente…
Ministério Público diz que os arguidos são requerentes de apoios para a reconstrução de casas
O autarca Valdemar Alves pediu para sair do conselho de gestão e da coordenação da comissão técnica do Revita.
A PJ tem no terreno uma equipa de cinco elementos de revisores oficiais de contas. Novas diligências à Câmara de Pedrógão Grande e à Casa da Cultura servem para “recolha de prova documental e pessoal”, adianta o MP. Não se tratam de buscas apenas por falta de mandado formal
O autarca Valdemar Alves afirma que “está tranquilo” e que foi a própria Câmara de Pedrógão Grande que pediu os “inquéritos judiciais” que estão em curso. MP nega
A Câmara Municipal de Pedrógão Grande reagiu, em comunicado, às buscas que estão a ser realizadas hoje pela Polícia Judiciária.
Em causa está a investigação da TVI sobre as alegadas irregularidades nas ajudas à reconstrução de habitações atingidas pelos incêndios do verão passado.
Cerca de 100 pessoas ainda estão a aguardar a reposição das ligações telefónicas que foram destruídas durante os incêndios de Pedrógão Grande no verão passado – 17 de junho.
Até hoje, mais de 3.800 pessoas já haviam assinado, na internet, a petição pública
O Presidente da República não quis comentar a notícia de que o Ministério Público (MP) responsabiliza a Proteção Civil pelas 66 mortes.
O presidente da Câmara de Figueiró dos Vinhos, Jorge Abreu, garantiu este sábado que não há nenhum caso suspeito de irregularidades na reconstrução de casas no seu concelho, o que contraria aquilo que foi dito na sexta-feira pelo autarca de Pedrógão Grande.