Foi a 4 de Junho de 1978 que desapareceu Jorge de Sena, já aquele que haveria de ser o mais empenhado estudioso da sua obra o admirava. Ao i, Jorge Fazenda Lourenço, poeta, professor de literatura e, até 2016, coordenador-editor das Obras Completas de Sena, revelou que quanto mais lê, fala ou escreve sobre o…
Ao actual pardieiro mental a que também a poesia soçobrou, faltava o seu manifesto laxista. “Pombos Lerdos” é uma breve e banal antologia que nos chega como a voz que, do interior do W.C., diz: está gente. Mas está?
Aqui temos um livro que não se propõe mudar o leitor dos pés à cabeça, mas que o auxilia, oferecendo a possibilidade de rir da vida do personagem, e da sua. Um Tal de Koslowski, de Michael Augustin (1953.), é um lembrete colado no meio do frigorífico impoluto a que chamamos, na falta de melhor…
De Pomar se pode dizer que qualquer biografia que venha a fazer-lhe justiça deverá quebrar-se em versos, usando essa fractura e a carne exposta dos sentidos de modo a equilibrar a força das imagens e a graça de uma luz que sempre descobriu para o mundo esse ângulo em que se despe de todo o cansaço.
Começou a publicar poesia em 1954
Frente a um dos mais celebrados poetas da tradição romântica, Daniel Jonas prova uma vez mais que a tradução não vai lá com lentes de académico, o que é preciso é chamar o autor para um braço-de-ferro
Faz parte da tríade canónica da poesia chilena, junto com Pablo Neruda e Gabriela Mistral.Em maio chega a Portugal a primeira tradução de “Altazor”, a obra-prima do poeta chileno Vicente Huidobro
Estreia hoje, na Culturgest, o novo filme de Edgar Pêra, «uma prenda» pelos 80 anos de Alberto Pimenta, e um dedicado estudo fílmico da sua radical e provocante obra e pensamento
Começou a ensaiar a prosa nas páginas dos jornais, que usou como um tubo de ensaio para o que haveria de ser o seu caminho: a poesia. Nascido na Nicarágua, em Metapa – lugar que em 1920 até mudou de nome em sua honra, passando a chamar-se Ciudad Darío -, o poeta, considerado o pai…
Desamparado, o poeta construiu a sua dura fantasia e tirou notas de tudo o que sonhou e sofreu. Antes da reunião da obra na Assírio & Alvim duas antologias haviam resgatado a nudez destemida e encantadora de um português que passou trabalhos, mágoas, humilhações, mas a quem hoje foi feita justiça
Publicado pela primeira vez em 1978, “Da Rosa Fixa” é um discreto passe de mágica na obra de uma autora que abriu um difícil caminho usando a escrita como um modo vital de rebelião
O tradutor responsável pela visão de campo que temos da extraordinária poesia grega moderna, publicou três livros com a máxima discrição. Agora que foram reunidos, esta poesia prova ser um triunfo entre as lições tomadas dos clássicos e a juventude vivida na carne e no transbordo dos sentidos.
Por ocasião da estreia de “Chavela”, o documentário sobre “a deusa marginal” da canção mexicana, lembramos o seu selvagem percurso embebido de lendas e a sua majestosa influência
Tendo escolhido este momento para lançar a reunião da sua obra poética, o ministro da Cultura não deu pela ironia de ter pedido para ser ouvido, por um momento ainda que breve, apenas na condição de poeta. Pois façamos-lhe a vontade
São mais de 800 páginas, num itinerário poético que vai de “Seis Elegias” (1985) a “Outro Ulisses Regressa a Casa” (2016). “Poemas Reunidos” produzem a própria sensação do tempo – o que se escoa mas também esse tempo vivido que persiste em nos habitar
Da São Paulo do início da década de 1960 à Lisboa de 2018, “Paranóia”, o livro de estreia do poeta-xamã, perdeu a força alucinatória das imagens que o complementavam e, para consolo, recebeu uns postalinhos
O primeiro livro de poemas de André Domingues marca um um corte definitivo e inegociável com o real, o de uma poesia que reivindica a sua diferença, os poderes de estranhamento e fuga à norma num mundo submetido às linguagens monolíticas e embrutecedoras da economia, da política e do futebol
Nicanor Parra, o antipoeta chileno que morreu na semana passada com 103 anos, só podia ficar com os pés de fora de qualquer epitáfio ou elogios fúnebres com que tentassem fazê-lo descer calmamente para debaixo do solo, e para falar da sua teimosa existência, um dos seus raros tradutores portugueses, Miguel Filipe Mochila, mostra porque…