Aos 90 anos, um dos maiores intelectuais europeus do último século ganha uma antologia em português que é um gesto de homenagem e encontro numa língua apontada ao futuro.
No dia em que se assinalam os cem anos do nascimento de Sophia de Mello Breyner, recordamos a poeta.
Acaba de publicar dois livros que mostram as diferentes facetas do seu percurso: poeta, crítico e professor. Ao SOL, António Carlos Cortez revela a definição de poesia que apresenta aos seus alunos, explica por que escreveu um livro ‘vigilante’ e diz que as aulas de Português se transformaram em ‘empinanço de gramática’.
Este ano, o Prémio Camões soube a festa, celebrando um artista que admitiu que a sua vaidade já não precisa de mais atenções. Mas, no meio de toda a redundância, talvez se possa salvar ainda a ideia de Chico como o herdeiro de uma linhagem vital nesta língua.
Em ano de centenário, o calendário ficou tapado de iniciativas que evocam a poeta, e há pela primeira vez uma biografia que lhe é dedicada. Se esta pouco faz para aprofundar a leitura da obra, dá peso aos combates que Sophia travou na esfera pública.
Se já lhe tocou a noção de que «uma angústia em chinelos [pode ser] grandiosa como um título de jornal», talvez seja este o seu poeta, aquele que o pode reconciliar com a velha arte, a que se evadia dos salões para dar o ouvido ao ocasional «rouxinol dos desvãos do mundo».
Cristina Carvalho, filha de António Gedeão, diz que já viu a frase ‘O sonho comanda a vida’ nas situações mais insólitas, o que prova a popularidade do poema Pedra Filosofal. Mas acha que essa popularidade suscitou a desconfiança do meio literário.
‘Tive uma família muito disfuncional, e uma infância muito difícil’, disse Oliver. ‘Por isso, criei um mundo a partir de palavras, e isso foi a minha salvação’.
O X Volume da Antologia de Poesia “Entre o Sono e o Sonho” foi lançado, este Domingo, no Convento São Francisco, em Coimbra. O Grande Auditório encheu, numa tarde que celebrou a audácia dos 1010 autores que integram esta edição, assim como a persistência de um grupo editorial que ousou enfrentar o «impossível».
Estamos longe ainda de ser mudados depois de ouvir cantar a agonia dos protagonistas das novas odisseias que tentam alcançar o coração da Europa, atravessando desertos, mares e montanhas. Numa ira contida, a escritora que, em 2015, dedicou o Prémio Camões à Grécia, tenta dar voz àqueles que perecem no caminho e, sobretudo, àqueles que…
Morreu faz quatro anos, e deixou algumas coisas preparadas para edição, entre elas este volume, a que deu o título “A Puxar Ao Sentimento”. Um livro constituído na sua larga maioria por letras de fado inéditas.
A Relógio D’Água cicatriza finalmente uma das maiores lacunas no meio editorial português, publicando a obra reunida do miúdo a quem chamaram um «místico em estado selvagem»
Prémio pretende galardoar obra poética publicada no biénio 2016/2017. O vencedor foi o livro “Estrada Nacional”, da autoria de Rui Lage.
O SOL falou com o homem que dirige a editora do Estado, na altura em que se comemora os 250 anos da sua criação. Na Imprensa Nacional desde 2010, Duarte Azinheira tem sido responsável por retomar o papel mais interventivo, à imagem do que fez Vasco Graça Moura, nos anos 1980
A Casa Fernando Pessoa trouxe a Portugal um dos mais cativantes poetas hoje vivos em qualquer língua. Aos 73 anos, Adam Zagajewski encontrou a urgência que se explica serenamente, e é capaz de encarar os terríveis desafios da atualidade sem trair o silêncio quando este é a única resposta.
Depois do Porto, é a vez de Lisboa desfazer a cama e desforrar-se da longa ausência do cantor e compositor que fez corar a língua portuguesa
Com um livro de poemas assumidamente comunistas, Gusmão confronta o pudor da poesia contemporânea em tomar posições políticas, preferindo posar para a eternidade
Há casas para todos os gostos. E desgostos. E sobre isto nos falaria o Minotauro, esse apátrida junto de quem Jorge de Sena se imaginou a passar a reforma, tomando café em paz, longe de hipocrisias e da douta acumulação cultural. Não chegou sequer a velhice. Morreu, bem longe de Creta, a 4 de Junho…