Em 2015, o SOL esteve em Benguela, em Angola, à procura das salinas que tanto dinheiro tinham dado a Carlos Santos Silva, o testa de ferro de José Sócrates. A publicação da reportagem caiu como uma bomba na ESCOM (do GES). Como revelam as escutas que o SOL republica agora.
Antigo ministro tinha sido condenado a 10 anos de prisão e Salgado a seis anos e três meses.
Mais de dez crimes já prescreveram desde que o julgamento arrancou.
Um dos crimes terá sido praticado em coautoria com o seu primo Manuel Espírito Santo, também arguido neste processo.
“A minha reação foi muito prática: transmiti que esse plano não tinha qualquer viabilidade”, disse antigo PM sobre estratégia de ex-banqueiro.
Em causa está um crime de falsificação de documento.
A gravação tem cerca de oito horas, e será ouvida em partes ao longo das primeiras sessões do julgamento.
O coletivo de juízes entende que “a aptidão mental não é um requisito para a prestação de declarações pelo arguido
O julgamento será realizado no Tribunal Central Criminal de Lisboa, no Campus de Justiça.
Recorde-se que, na segunda-feira, a defesa de Salgado pediu ao tribunal que o arguido fosse dispensado de comparecer no julgamento, que tem início já na próxima semana, tendo como base a sua doença de Alzheimer.
Ricardo Salgado é dos arguidos que beneficia da decisão judicial.
Faz 10 anos no dia 3 de agosto que foi anunciado o colapso do Banco Espírito Santo. Apesar dos problemas que já existiam, a notícia provocou quase um tsunami e o sistema financeiro não voltou a ser o mesmo. Na altura, o Estado português emprestou 3,9 mil milhões de euros ao Fundo de Resolução.
Segundo a investigação do DCIAP, foram apuradas vantagens decorrentes da prática dos crimes indiciados no montante global de mais de 12 milhões de euros
A acusação do processo BESA foi conhecida em julho de 2022
A ‘doação’ vem de dinheiro desviado pelo banqueiro do GES, crime pelo qual já foi condenado.
O acórdão hoje proferido pelos juízes Ana Paula Rosa, João Claudino e Ema Vasconcelos é arrasador para Manuel Pinho, que saiu condenado a 10 anos de prisão efetiva, por dois crimes de corrupção, um de branqueamento e um de fraude fiscal.
Foram ambos condenados por corrupção ativa, no caso de Salgado, e passiva, no caso de Pinho, além de branqueamento de capitais.
Para o antigo presidente do Banco Espírito Santo (BES), Ricardo Salgado, o MP pediu seis a sete anos de pena de prisão efetiva.
Segundo o Ministério Público a derrocada do GES terá causado prejuízos superiores a 11,8 mil milhões de euros