A companhia lowcost irlandesa tem vindo a contestar os 30 mil milhões de euros de ajudas estatais ao setor da aviação desde o início da crise – incluíndo os 1 200 milhões de euros injetados na TAP pelo Governo português.
“Esse dinheiro nunca mais vai ser recuperado”, disse Eddie Wilson, CEO da companhia aérea irlandesa.
A companhia volta a perder depois de, em janeiro, ter sido obrigada a reintegrar nove tripulantes no Porto. Empresa vai recorrer da decisão.
Em causa, está um valor que pode ascender a 100 mil euros por trabalhador. Recorde-se que o i já tinha noticiado em outubro que um grupo de 35 tripulantes de cabina da Ryanair (29 da base do Porto e seis da base de Lisboa) havia dado entrada com um processo de discriminação e assédio contra…
O diretor de Recursos Humanos da companhia, Darrell Hughes, afirma que “não temos mais planos, mas o nosso calendário de voos para o ano ainda não está terminado. Não podemos excluir essa possibilidade [de mais despedimentos], mas vamos tentar proteger os empregos”, referiu.
O presidente executivo da Ryanair, Michael O’Leary, defendeu esta quinta-feira que em vez de “estoirar três mil milhões de euros com a TAP”, o Estado português devia baixar as taxas aeroportuárias, como um incentivo à retoma no próximo ano.
A companhia aérea lowcost afirmou que o Governo em vez de “desperdiçar 1,2 mil milhões de euros dos contribuintes portugueses na TAP”, deveria proteger o emprego e os consumidores, trabalhando com “as companhias aéreas que de facto fornecem baixas emissões, tarifas baixas e conectividade para apoiar o emprego no setor do turismo em Portugal”.
“Penso que o Governo português está a cometer um erro. Resgatar uma companhia aérea desta forma tão particular só irá tornar a TAP menos eficiente, não vai levar à reestruturação de que a TAP necessita, [mas antes] fazer com que a companhia fique preguiçosa”, diiz o diretor dos Assuntos Jurídicos da Ryanair, Juliusz Komorek.
Na apresentação dos resultados referentes ao período entre abril e setembro, a companhia irlandesa low cost aproveitou para criticar a “inundação” de “auxílios estatais” que as respetivas autoridades deram às suas antigas companhias aéreas nacionais “falhadas”.
Em comunicado, companhia aérea irlandesa diz que as bases em Cork e Shannon, na Irlanda, e em Toulouse, França, vão fechar para a temporada, de novembro a março, e adianta que vai reduzir significativamente o número de aeronaves em bases na Bélgica, Alemanha, Espanha, Portugal e Viena (Áustria).
O homem descobriu que estava infetado com covid-19 quando já estava no avião.
“Não iremos compactuar com mais um atropelo gravíssimo à nossa legislação e iremos recorrer a todas as instâncias competentes para combater esta situação e questionar como é que uma empresa patrocinada pelos contribuintes portugueses despreza a lei e os seus trabalhadores portugueses”, lê-se no comunicado.
A companhia aérea de baixo custo irlandesa justifica a decisão com medidas “para reduzir as perdas” geradas na empresa na sequência da pandemia. A Ryanair planeia também encerrar as bases dos aeroportos de Berlim (Tegel) e Dusseldorf até ao final do verão.
Em causa estaraão negociações no âmbito da crise provocada pela pandemia de covid-19. SNPVAC apresentou queixa ao Governo e ACT contra companhia aérea irlandesa.
Em comunicado, a companhia aérea de baixo custo referiu que “restabelecerá mais de 120 rotas de/para Portugal” a partir do primeiro dia do mês de julho. “Clientes afetados por voos cancelados poderão utilizar os seus vouchers para reservar as suas próximas férias”, refere responsável.
Em comunicado, a companhia de baixo custo irlandesa adianta ter planos para “operar 40% da sua programação de voos” em julho.
Segundo o sindicato, a companhia áerea de baixo custo irlandesa “está claramente a aproveitar-se” do atual contexto da pandemia “à custa dos seus colaboradores, nomeadamente dos tripulantes de cabine”.
Apesar dos resultados positivos, a incerteza que se vive no setor da aviação devido à pandemia – e que se irá refletir no próximo exercício – já levou a Ryanair a alertar que poderá ter a necessidade de cortar até três mil postos de trabalho, principalmente entre pilotos e pessoal de cabine.