O Observatório Português dos Sistemas de Saúde (OPSS) analisou a saúde dos portugueses após a intervenção da ‘troika’ e concluiu que faltam enfermeiros, os médicos estão mal distribuídos e que o valor das taxas moderadoras afasta os utentes.
Uma em cada três pessoas que recorreram a instituições de solidariedade social no ano passado afirmaram ter passado fome pelo menos uma vez por semana devido à falta de dinheiro, revela um estudo realizado em 216 instituições.
Cerca de três milhões de utentes inscritos nos centros de saúde não foram uma única vez ao médico de família durante o último ano, segundo dados do Ministério da Saúde, que quer “aumentar a captação de doentes”.
Utentes das urgências do hospital de Évora esperaram, entre sexta-feira e hoje, mais de 18 horas para serem atendidos, disseram à agência Lusa fontes da unidade de saúde, apontando como um dos motivos a falta de médicos.
O Movimento de Utentes de Saúde considerou hoje “não ter cabimento” a criação de uma ferramenta para o fisco cobrar taxas moderadoras em dívida, defendendo que o que devia preocupar o Governo é a eliminação dessas taxas.
Mais de 173 mil pessoas já receberam este ano cheques-dentista, com a maior fatia de beneficiários a ser a das crianças dos 7 aos 13 anos, segundo números oficiais da Ordem dos Médicos Dentistas.
Três em cada 10 portugueses inquiridos pela associação Deco esperam mais de um mês pela consulta com o médico de família, enquanto em Espanha e Itália os doentes conseguem consulta numa semana, segundo um estudo hoje divulgado.
Mais 256 mil utentes dos centros de saúde ganharam médico de família porque já 732 médicos passaram para o regime das 40 horas semanais, segundo um balanço oficial.