Varannda do Chiado

Passos não precisou de uma segunda oportunidade para causar uma boa primeira impressão – mesmo com as recusas de ministeriáveis e a derrota de Nobre no Parlamento.

É um regresso ao passado cheio de futuro. O eléctrico centenário que liga a vila de Sintra à Praia das Maçãs já voltou a circular entre a serra e o mar, tal como o fazia no início do século XX.

Os dois candidatos à sucessão de Sócrates,Seguro e Assis, dão garantias de uma oposição responsável e colaborante. Sem trauliteirices nem populismos inoportunos.

Os Santos Populares ainda são o que eram. A começar pelo Santo António de Lisboa – de Alfama, do Castelo, do Bairro Alto, da Mouraria…

No último acto do político profissional, actor perfeito e de frio calculismo de que o povo tardou em se fartar, Sócrates soube sair com elevação e humildade democrática.

O mais e o menos da semana visto por Mário Ramires.

Os cerca de trinta jovens que montaram acampamento no Rossio há uma semana, em protesto contra o sistema político, já levantaram arraiais da Praça de D. Pedro IV, quando falta pouco mais de uma semana para o Santo António e agora que já começaram as Festas de Lisboa.

O mais e o menos da semana visto por Mário Ramires.

A campanha eleitoral chega hoje ao fim. Já não era sem tempo. É que não foram só as duas semanas da praxe, mas meses a fio em que Governo e partidos não fizeram outra coisa

Nenhuma! Até porque estão ocupados por quem, de outro modo, teria menos hipóteses de passar a mensagem: os partidos mais pequenos – do PAN ao MRPP, do BE à CDU

A coisa tem uma explicação, mas não deixa de ser um absurdo – tanto que as televisões até já fizeram reportagens e inquéritos de rua sobre estas duas ‘bocas de Metro’ na Av. da República.

O mais e o menos da semana visto por Mário Ramires.

Jerónimo cansado; Louçã desgastado; Portas convicto; Passos seguro; Sócrates agressivo. Os debates contam… mas pouco, quando não se cometem erros fatais.

Este canteiro, na lisboeta Rua José Afonso, na Palma (às Laranjeiras), já é quase um clássico nesta rubrica.

A redução do número de municípios e o ponto final na regionalização são virtudes do acordo com a troika. Com um senão: o provável adiamento da renovação dos autarcas.