Vidas

O convite pareceu-me estranho, mas atendendo a quem o fazia, aceitei de imediato. Apesar de dizer que não conhecia quem ia tocar, disseram-me o contrário, que conhecia muito bem. Além do cartaz, havia outra razão para não recusar: queria ir dar um abraço ao Miguel, que está à frente do projecto há sete anos.

Manda o bom senso que não se deite gasolina numa fogueira quando o objectivo é apagá-la ou pelo menos não lhe dar mais chama.

Uma das magnas questões de quem frequenta a noite sempre foi o momento de retirada. Há quem esteja a gostar tanto da ‘festa’ que opte por prolongar a sua presença até as luzes se apagarem. Para os entendidos, esses vão ficar com uma imagem menos positiva da noite.

A 25 de Dezembro do corrente ano, fará 24 anos que vi imagens que me chocaram. Recordo-me que teria acordado há pouco, quando a televisão noticiava a morte do ditador Nicolae Ceausescu – o antigo homem de ferro da Roménia era fuzilado pelos soldados que comandara durante tantos anos.

Muitos dos bares e discotecas existentes devem uma considerável viabilidade do seu negócio à custa dos sponsors. Dessa forma, em alguns locais, por norma, se há cerveja Sagres não há Super Bock e vice-versa.

O assunto que mais me tem despertado a atenção é o conflito que opõe as duas Coreias e, por arrastamento, os Estados Unidos, a China, o Japão e a Rússia – e o mundo em geral.

Há notícias que gostaríamos de não receber. Porque nos incomodam, entristecem e deixam-nos mais vazios. Esta semana recebi uma que tem todos esses condimentos e mais alguns. O Alcântara-Café fechou as portas e daqui para a frente só reabrirá quando grupos de 50 ou mais pessoas alugarem o espaço para jantares ou festas especiais.

Para quem não é adepto das redes sociais, é estranho ver tanta gente com telemóvel na mão a altas horas da madrugada.

Não falta quem seja obrigado a emigrar para tentar dar um novo rumo à sua vida e as histórias sucedem-se umas às outras.

Vivemos actualmente numa espécie de pesadelo permanente e a cada notícia que se publica na televisão, jornais, rádio ou na net parece que o cenário piora.

Há dias fui a um novo restaurante que em tempos foi uma velha taberna que frequentava assiduamente. O espaço foi aumentado, a comodidade melhorou e cheira a novo.

Não faço parte do coro dos que acham que todos os políticos são uns corruptos e que uma boa parte não está presa pela ineficácia da Justiça.

O Kremlin estava a funcionar há pouco tempo e em Lisboa existiam apenas meia dúzia de discotecas. Muito do movimento acontecia nas Escadinhas da Praia e um então jovem secretário de Estado do Ambiente começava a notabilizar-se na sua cruzada contra o tabaco e o ruído, leia-se discotecas.

Não conheço a Venezuela e tudo o que sei é pelo que tenho lido nos últimos anos. Logo, a minha visão do país é parcial, já que ler e viver são coisas diferentes.

Ver e ser visto é uma máxima que se aplica a muito boa gente que sai à noite ou que frequenta determinados lugares.

Há dias perguntei a um amigo, bastante versado em temas religiosos, quais tinham sido as grandes mudanças nos últimos 50 anos, no que aos costumes diz respeito, da Igreja Católica.

A nova decisão governamental de proibir o consumo de bebidas espirituosas aos jovens com menos de 18 anos e mais de 16, mas possibilitando-lhes beber cerveja e vinho, não lembra ao Diabo.

Um Estado de Direito separa bem as águas entre os poderes judiciais e políticos e procura que a Justiça seja igual para pobres e ricos.