Carlos Cruz não mostrou arrependimento

O acórdão do processo Casa Pia considera que Carlos Cruz não revelou «arrependimento» pelos abusos sexuais que lhe foram imputados e sempre negou os factos pelos quais acabou por ser condenado

Para o colectivo de juízes, presidido por Ana Peres, a culpa de
Carlos Cruz, condenado a sete anos de prisão, tem «elevado grau»,
tendo o arguido agido com «dolo directo», sem revelar «arrependimento
e/ou interiorização da ilicitude da sua conduta»
.

Realça, contudo, que a postura do arguido em julgamento «foi
de negação, mesmo quando confrontado perante o discurso das vítimas,
cujo depoimento sempre desvalorizou»
, lê-se na sentença
entregue hoje aos advogados e a que a agência Lusa teve acesso.

A favor do apresentador televisivo Carlos Cruz o tribunal diz ter «apenas
a sua integração social, familiar e económica»
, que, contudo, «facilitou
a prática dos ilícitos por si cometidos»
.

O tribunal considerou Carlos Cruz culpado de duas situações de
abusos sexuais sobre menores ocorridas numa casa na avenida das Forças
Armadas, em Lisboa, e duas numa casa em Elvas.

 

Sol /Lusa