um tema que, como dizia então o deputado da ump, eric raoult, não deve ficar refém entre «os intelectuais [de esquerda] e os cretinos da extrema-direita».
só que a discussão resvalou para a imigração e a criminalidade no país que se bate, ou batia, de forma tão orgulhosa pela liberdade, igualdade e fraternidade. a amálgama de conceitos atingiu o ponto mais alto em julho, quando_sarkozy se deslocou a grenoble _– cidade que vivera dias de distúrbios em resposta ao assassínio de um suspeito de assalto – e declarou que os franceses de origem estrangeira que ataquem as forças policiais perderão a nacionalidade. desenhada a ligação entre imigração e delinquência, atirou-se a um grupo étnico:«dei ordens ao ministro do interior para desmantelar os descontrolados acampamentos de ciganos de leste». além da mais que discutível legalidade da medida, à luz quer da lei francesa quer do tratado de lisboa (as expulsões de cidadãos da ue só podem ser baseadas na «ameaça da ordem pública»), depreende-se que os ciganos não façam parte da identidade francesa.
as últimas dão conta de um eliseu acossado por todos os lados (ver pág. 22) – inclusive pelo próprio governo, no qual o popular primeiro-ministro françois fillon e o ministro dos negócios estrangeiros bernard kouchner estarão de saída. enquanto isso, a frança ensaia tímidos ajustes, como a do adiamento da idade de reforma de 60 para 62 anos.