SOL&SOMBRA

Quem está ao SOL e quem ficou à SOMBRA. A semana vista por José António Lima

isabel alçada

com mais de um milhão e meio de alunos dos ensinos básico e secundário a regressarem às aulas, a par de mais de 17 mil professores, terão sido menos de 1% os casos em que a reabertura do ano lectivo conheceu alguns problemas e não decorreu com normalidade. foi, pois, um objectivo bem cumprido e que tranquiliza a ministra da educação, pelo menos até ressuscitar a contestação sindical à avaliação de desempenho ou à colocação dos professores. já a videomensagem aos alunos, pais e professores, que a ministra colocou na net, foi uma boa ideia estragada pelo amadorismo e tom infantil com que foi executada. a parecer um tempo de antena daqueles pequenos partidos ou associações sem meios, sem preparação e sem jeito para o audiovisual.

passos coelho

de reformulação em reformulação, de recuo em recuo, o projecto de revisão constitucional do psd transformou-se numa desastrada iniciativa política. dos poderes presidenciais aos despedimentos foi um emaranhado de versões e contradições que anularam qualquer intenção modernizadora dos excessos estatistas da constituição. e acabar a abrir as portas à regionalização é não só voltar às mais bolorentas fórmulas políticas do século passado como ceder em toda a linha a um aparelho partidário desejoso de mais cargos e colocações para as clientelas. um passo à frente que redundou em muitos passos atrás.

antónio mendonça

confirma, a cada mês que passa, ser um erro de casting no governo. a forma atabalhoada, displicente e incompreensível como anunciou aos utentes as portagens em algumas scut a 15 de outubro é reveladora da sua inabilidade política. e potenciadora de todos os protestos e manifestações que já se anunciam no horizonte próximo.

pinto monteiro

criticado duramente pelos seus pares no conselho superior do ministério público, com um insustentável vice-pgr em situação ilegal, com directores e procuradores pondo o lugar à disposição, o procurador-geral da república é um responsável cada vez mais isolado no seu labirinto. tornou-se, mesmo, uma espécie de carlos queiroz da magistratura nacional: só falta que aqueles que o nomearam lhe retirem a confiança para ele perceber que se esgotou a sua utilidade e margem de manobra no cargo que ainda ocupa.