ema é natural de guimarães e fez carreira na hotelaria na cidade natal antes de se mudar para a invicta. o marido, portuense, é geógrafo. os dois pensaram em abrir um hostel há cinco anos, mas a burocracia relacionada com o projecto de reabilitação para esse fim obrigou-os a uma mudança de planos.
a favorita é uma pensão em que os hóspedes se sentem em casa. espaço de bom gosto, à moda antiga, mas com todas as comodidades da vida moderna – como as janelas de vidro duplo ou o aquecimento. só o ranger do soalho – o pavimento original foi recuperado e conserva as marcas de algum caruncho – faz lembrar que o prédio já tem uma bonita idade.
o projecto de arquitectura é de nuno sottomayor e a decoração, do jovem designer francês sam baron, amigo do casal. o ambiente respeita o espírito de outros tempos com objectos tradicionais portugueses e mobiliário nórdico antigo.
o corredor, à entrada, ganha textura graças à cerâmica decorativa das caldas da rainha, igualmente branca. na recepção, miguel ângelo – que acumula funções com o trabalho no gabinete de acupunctura e medicina tradicional chinesa que mantém na pensão – entrega-nos as chaves do quarto e as da porta da rua, porque aqui os hóspedes podem entrar à hora que quiserem.
os quartos são espaçosos e as camas confortáveis. a uma sexta-feira à noite, o corre-corre da rua miguel bombarda não passa as portadas de vidro duplo e dormimos o sono dos justos.
nas paredes, sobressaem os estuques da loja do museu do estuque e as ilustrações da dama aflita. a galeria portuense tem, de resto, desenhos expostos no último piso e explorará, no futuro, de forma permanente, uma das divisões da pensão, desvenda a proprietária.
o chão das casas-de-banho parece antigo mas é novo. tal como os azulejos das varandas, da sala de estar, das suites e do restaurante, obra do artesão de estremoz lúcio zagalo. «as manchas que parecem ser feitas pelo tempo são conseguidas com um pigmento especial», explica ema xavier.
no dia seguinte, o pequeno-almoço é na esplanada do restaurante-creperia la bombarde. é luísa cabral quem nos faz as honras da casa e traz-nos café com leite, bolo caseiro e doce. a designer gráfica explica-nos que o namorado e sócio, franck desormeaux, é bretão, daí as especialidades serem os crepes e as galettes (versão salgada), a par dos gelados da neveiros e da sidra. que doce despertar.
como chegar
a rua miguel bombarda fica no centro, próxima do hospital de santo antónio, para o qual há placas de vários pontos da cidade. daí, vire à direita. para a rua do rosário. vai encontrar a miguel bombarda no segundo cruzamento. a pensão fica à direita.
quartos
a favorita tem três suites triplas – €85 ocupação dupla e €100 para três ou quatro pessoas; três quartos duplos – €70 ou €50 para ocupação individual ; e um quarto assotado triplo – €90 ou €75 para ocupação dupla.
o que fazer
faça o circuito cultural da miguel bombarda (www.portolazer.pt) que integra as galerias de arte. nas redondezas fica o novo centro de diversão nocturna, o triângulo entre a praça da liberdade, o jardim da cordoaria e a rua de cedofeita.
pensão a favorita
rua miguel bombarda, 267 – porto
tel. 916 148 253