os habitantes locais, bem como os turistas, vivem com uma sensação de medo permanente. países como os estados unidos da américa e o japão aconselham mesmo os seus cidadãos a terem cuidados redobrados ou a voltarem a casa. esta semana, um turista questionado sobre as ameaças deu uma resposta certeira: «não vou deixar que os fundamentalistas me obriguem a alterar a minha vida».
há cinco anos, um cartoon onde maomé aparecia com um turbante em forma de bomba foi o suficiente para o autor da obra ser condenado à morte pelos fundamentalistas que tantos adeptos têm na europa.
desde então, kurt westergaard vive rodeado de seguranças para onde quer que vá. na semana passada esteve em portugal e deu uma entrevista muito interessante ao público: «sou tão velho que já experienciei o nazismo, o fascismo, o comunismo e agora este maldito islamismo. todos estes ismos traduzem fanatismo e, quando se é fanático, vive-se uma vida sem dúvida. ora, eu penso que a dúvida é o sentimento mais construtivo que nós podemos ter».
o cartoonista defende que devemos fazer todos os possíveis para integrar os muçulmanos que vivem na europa, desde que eles respeitem as nossas normas de vivência. e o grande drama está precisamente aqui.
há algum problema com muçulmanos, hindus, judeus, arianos ou de outras raças ou crenças que respeitem as normas do país onde estão inseridos? parece-me que não. as diferentes culturas só enriquecem os países que as acolhem. mas o grande drama são os fundamentalistas que se infiltram na europa e vão espalhando as ‘boas práticas’ pelos seus discípulos, que transformam os subúrbios das grandes cidades em autênticos guetos, que servem, muitas vezes, de rampa de lançamento para acções terroristas.
kurt westergaard acredita que com o diálogo os europeus vão conseguir transformar o islamismo clássico num islamismo light. é provável que sim, daqui a muitos anos. para já, os fundamentalistas ganham terreno e estão a provocar uma subida ao poder na europa dos partidos de extrema-direita. o que como se sabe não augura nada de bom.
a europa e os países ditos civilizados só podem acolher aqueles que querem e podem ser integrados. respeitando os costumes vigentes, para que os seus também sejam respeitados. para que o medo não se instale e os radicais assumam esta guerra cultural como uma guerra religiosa. até porque a maioria dos europeus e dos muçulmanos só querem estar na paz do senhor. seja ele cristo ou maomé.