a perspectiva sombria de 2011 – o fmi considera inevitável a recessão em portugal enquanto o banco de portugal duvida da eficácia do pacote de austeridade – alimenta cálculos no ps sobre as vantagens na antecipação de legislativas.
quanto mais cedo, menos mal estará a economia e também o bolso dos portugueses. josé sócrates, ao lançar a ameaça da demissão caso o oe não seja aprovado, vem mostrar ao mesmo tempo que esses cálculos são feitos pelo seu núcleo duro.
neste cenário, uma das hipóteses seria sócrates apresentar a demissão ao pr e deixar o governo nas mãos de teixeira dos santos. sócrates continuaria a mandar no ps e seria o candidato a primeiro-ministro nas legislativas, responsabilizando a oposição (psd e cds) pela crise política e económica.
esta semana, contudo, o governo renovou os apelos ao psd para que desfaça o seu «tabu» sobre o sentido de voto no orçamento.
«o país precisa do orçamento. é uma questão de interesse do país, não é altura para estar a pensar em interesses partidários», afirmou o líder parlamentar, francisco assis, ao sol.
sofia.rainho@sol.pt e helena.pereira@sol.pt com susete.francisco@sol.pt