em falta estarão mais de «sete milhões de euros». mas a situação pode complicar-se, graças a um corte nas transferências para as despesas com educação na ordem dos 300 milhões. «é preciso não esquecer que em 2009 já houve um corte de 100 milhões», recorda ganhão.
fernando ruas, presidente da anmp, evoca os mesmos números para afirmar que as autarquias estão numa «situação complicadíssima», estimando que «mais de 100» autarquias possam entrar em ruptura no próximo ano. com a consequente intervenção das finanças: «o governo vai ser o fmi das autarquias».
outro corte que deverá pesar nos municípios é a redução do número de contratados, que representam nada menos que 16% dos funcionários do poder local (cerca de 21 mil pessoas). segundo ruas, trata-se sobretudo de pessoas a trabalhar na área da educação ou do apoio social.
me corta apoios
no mesmo sentido, josé ganhão lembra que o pagamento do salário dos auxiliares da acção educativa contratados pelas escolas está em causa: «estes cortes vão ter consequências».
poupar também é a palavra de ordem no ministério da educação. esta quinta-feira, directores de 24 escolas em zonas teip (territórios educativos de intervenção prioritária, designação para as escolas em meios sociais problemáticos) da grande lisboa receberam a notícia de que vão começar o ano com menos um terço do orçamento.
numa reunião com a direcção regional de educação de lisboa (drel), os directores souberam que o financiamento dos projectos do programa operacional de potencial humano (que visa garantir que todos os jovens concluem o 12.º ano) vai ser cortado para metade. dos 20 milhões previstos, receberão apenas dez.
este ano, cada uma destas escolas já contratou, em média, cinco professores para assegurar os projectos e a drel garantiu na reunião que «o pagamento dos ordenados será garantido». no entanto, fonte presente na reunião explicou ao sol que não houve esclarecimentos sobre «como, quando e como vai ser possível fazer face a outras despesas».