no final de uma reunião no parlamento com o governo, para apresentação das linhas gerais do orçamento do estado (oe) para 2011, josé manuel pureza disse ainda ter confirmado «as piores perspectivas para a economia portuguesa».
«nesta reunião o governo confirmou-nos a piores perspectivas para a economia portuguesa para o corrente ano e para 2011. o desemprego vai continuar a subir e o impacto das medidas já anunciadas na contracção da economia portuguesa vai ser brutal. o que significa que o afundamento da economia portuguesa vai ser uma realidade crescente», disse.
manifestando a «inquietação» do be com o cenário traçado na reunião – na qual participam os ministros das finanças, teixeira dos santos, e dos assuntos parlamentares, jorge lacão -, o líder da bancada bloquista deteve-se depois nos efeitos negativos de uma desaceleração do crescimento para antecipar a necessidade de novas medidas de austeridade.
«contracção da economia significa não só penalização dos salários, das pensões e dos apoios sociais, mas também do ponto de vista macroeconómico que vai continuar a haver uma retracção das receitas fiscais e por isso a exigência de medidas suplementares em permanência. portanto, é um afundamento que vai continuar», declarou.
de resto, josé manuel pureza adiantou que na reunião «o governo não deu senão indicações de que vai haver uma situação de recessão» e de «impacto recessivo sobre a economia portuguesa».
«em termos imediatos sobre as famílias, sobretudo sobre as que têm menos, e ao mesmo tempo também uma recessão que se vai também espelhar numa perda de receita fiscal e, portanto, na necessidade de a prazo voltarmos a ser confrontados com mais exigências», afirmou.
o governo deu ainda, de acordo com o líder parlamentar do bloco, uma indicação «muito vaga» sobre alegadas alterações nas deduções fiscais em preparação, hoje noticiadas na imprensa.
«o governo deu-nos informações absolutamente vagas sobre a intenção de vir a rever o regime dos benefícios fiscais, mas sem que tivesse havido qualquer concretização (…) não adiantou qualquer tipo de quantificação», afirmou.
lusa / sol