seguiu-se horst seehofer, o ministro-presidente da baviera e líder do partido irmão da cdu naquele estado, a csu, ao recusar «imigração adicional de outras culturas» e, não tendo insultado os muçulmanos como se lê no livro de sarrazin, afirmou que aqueles têm mais dificuldades em integrarem-se na sociedade alemã do que outros povos. a comissária da integração de angela merkel ainda pôs água na fervura, mas foi a própria chanceler que voltou a atear o lume.
«o multiculturalismo falhou. sentimo-nos ligados aos valores cristãos. quem não aceitar isto não tem lugar cá», disse a governante no fim-de-semana passado. e exigiu dos imigrantes a aprendizagem da língua alemã, a rejeição dos casamentos forçados e a formação dos imãs em universidades teutónicas.
por outro lado, se cedeu a uma linguagem populista, não é menos verdade que no mesmo discurso merkel reconheceu a necessidade premente do ingresso de milhares de imigrantes qualificados (400 mil, segundo a câmara de comércio e indústria), também para contrariar o inverno demográfico. e citou o presidente christian wulff, que há poucos dias declarou que «o islão faz parte da alemanha».
o problema é que os quatro milhões de muçulmanos e as 2600 mesquitas dão a um número crescente de alemães – 60% concorda com sarrazin – o sentimento de que a alemanha é que faz cada vez mais parte do islão. fantasmas a esconjurar com medidas concretas como as anunciadas pela chanceler. mas sem linguagem incendiária.