sol
vítor bento
tem sido uma das vozes mais lúcidas e independentes a alertar, desde há anos, para o despesismo e o definhamento da economia portuguesa. no momento em que o país acorda para o primeiro choque a sério de medidas de austeridade, o economista e conselheiro de estado aponta o facto de «o governo estar a reagir de supetão para estancar uma hemorragia», subindo o iva sem a contrapartida de baixar a taxa social das empresas, que favoreceria as exportações e o crescimento da economia. assim, como adverte no seu novo livro o nó cego da economia, não será possível evitar «um prolongado período de baixo crescimento, se não mesmo uma prolongada recessão». só o governo continua a negar a realidade.
carlos moreno
quando se discute, finalmente sem rodeios, o gigantismo despesista do aparelho de estado, o juiz jubilado que esteve 15 anos no tribunal de contas publica o livro como o estado gasta o nosso dinheiro. e surge em esclarecedoras entrevistas a denunciar a falta de responsabilização dos decisores públicos pelos erros sistemáticos na gestão dos dinheiro do estado, a derrapagem constante de custos e preços nas obras públicas ou a espiral de encargos das parcerias público-privadas, em que portugal se tornou recordista europeu. um contributo oportuno e exemplar.
sombra
passos coelho
lançou o psd num espectáculo público de confusão e indefinição. à saída da comissão permanente ou do conselho nacional, cada dirigente do partido dizia coisa diferente do anterior sobre o que se havia decidido e fazia uma interpretação oposta sobre o voto laranja no orçamento. ele próprio, na conferência de imprensa ou na entrevista à tvi, se mostrou baralhado e autojustificativo. tem uma cabeça complicada e resistiu, até ao limite do razoável, à inevitabilidade da viabilização do oe. acabando por se enredar, a ele e ao psd, numa estratégia desastrosa – pela falta de clareza e pela ingenuidade política de se co-responsabilizar em negociações com o ps.
vieira da silva
tem a tutela do sector energético e da erse e permitiu a golpada manhosa de aumentar em 29% a taxa do audiovisual nas facturas de electricidade, para dar mais 33 milhões de euros anuais à rtp. um aumento escandaloso, revelador da desvergonha deste governo e do desrespeito que tem pelos contribuintes. inqualificável.