para trás ficam quase quatro meses de campanha eleitoral, período em que viajou o equivalente a três voltas e meia à terra, apoiada por um batalhão de cem assessores e de outro ainda maior de profissionais de imagem.
o resultado está à vista: há um ano, dilma vana rousseff estava longe de ser uma personalidade popular no brasil e os analistas não auguravam futuro político a uma senhora que diziam ser desprovida de carisma. hoje, a mineira de 62 anos junta ao currículo de combatente da ditadura militar e de batalhadora vitoriosa contra um cancro os louros da eleição de domingo passado.
ainda que tenha beneficiado de alianças pouco edificantes (sarney e collor de mello à cabeça) e do efeito lula, quem vai ocupar o palácio do planalto a partir de 1 de janeiro é a filha do búlgaro pétar russév e da professora dilma jane silva.
e pôde dar-se ao luxo de ter metido os pés pelas mãos na questão do aborto. mas a partir de 2011 vai ter de mostrar aos brasileiros e ao mundo a firmeza e força de carácter que os seus próximos garantem ter. para manter o brasil a caminho do restrito clube das potências mundiais enquanto erradica a miséria, sustenta as contas públicas equilibradas e corrige alguns equívocos na política externa. uma tarefa do tamanho do país.