a ideia é que opte por um governo mais pequeno, na linha da contenção de despesas, e mais aguerrido para o combate político de 2011, altura em que será provável a realização de eleições antecipadas.
joão proença, secretário-geral da ugt, avançou esta semana uma solução para o desgaste do governo: em entrevista à rr, o dirigente socialista defendeu que sócrates, à semelhança do fez o primeiro-ministro espanhol, josé luís zapatero, devia substituir alguns ministros após a aprovação do oe. um governo «não pode ser só o ministro das finanças e o primeiro-ministro», afirmou o sindicalista. sócrates responderia, em entrevista à tvi: «a remodelação depende de mim, sou eu que decido e eu não entendo fazer nenhuma remodelação».
no ps e mesmo no governo, contudo, há vários defensores de uma remodelação à zapatero (’encolhendo’ o governo), na perspectiva de que em 2011 haverá eleições antecipadas. a ideia é que sócrates precisará de ua equipa mais política para governar e fazer campanha. ascenso simões, ex-secretário de estado no primeiro executivo de sócrates, defende até um governo mais pequeno, com «menos quatro gabinetes ministeriais e 12 gabinetes de secretários de estado».
a declaração de sócrates, porém, deixa a salvo, por ora, alguns dos ministros particularmente fragilizados no executivo. é o caso de ana jorge, à frente do ministério da saúde, que fontes governamentais garantem já ter internamente confessado a vontade de sair.
o ministro das finanças, teixeira dos santos, aliás, não a tem poupado nas críticas internas e nas declarações públicas sobre o descontrolo das contas do sector. o ambiente entre os dois é normalmente tenso – «quando existe», salientam fontes governamentais.
ainda recentemente, os dirigentes dos maiores hospitais públicos foram convocados para uma reunião nas finanças, pelo próprio teixeira dos santos, onde se juntaram às empresas públicas com volume de negócios acima dos 200 milhoes de euros. nessa reunião, o ministro deu instruções directas a todas as administrações para cortarem as despesas correntes em 15% no próximo ano.
ana jorge não foi previamente informada desta reunião, nem foi convocado nenhum dirigente do seu ministério para nela participar. segundo soube o sol, a ministra só foi informada do que ali se passou depois da reunião e pelos administradores hospitalares que estiveram presentes.
por seu lado, o ministro dos negócios estrangeiros, luís amado, que queria sair do governo depois da cimeira da nato, terá que esperar.
*com graça rosendo
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