bem como a inevitabilidade de uma mudança, a breve prazo, do ciclo político. (a propósito, cabe perguntar quando acordou vitorino para tão magna e crítica questão, ele que andou desde 2008 a negar os alertas e as evidências em todas as intervenções que foi fazendo por múltiplos jornais e televisões…).
e quando um socialista tão ortodoxo como vital moreira aparece a escrever que «a remodelação governamental não deve esperar para depois das eleições presidenciais» e que «nada aconselha manter a mesma equipa que ‘não ficou bem no retrato’ da execução orçamental do corrente ano», isso só pode querer dizer que os sinos tocam a rebate na aldeia socialista. que o ps já não vê como fugir a eleições antecipadas e a uma pesada factura eleitoral em 2011. e que está em curso o início da fase pós-sócrates.
há já, aliás, no aparelho socialista, quem se apreste, mais ou menos explicitamente, para a sucessão, começando a arregimentar apoios e a contar espingardas. são três os candidatos óbvios ao lugar de secretário-geral, que sócrates se verá forçado a abandonar na sequência de uma severa derrota eleitoral.
antónio costa, que se distanciou em devido tempo do governo e de sócrates, decidindo correr em pista própria na câmara de lisboa. antónio josé seguro, que tem o extraordinário condão de ser um eterno candidato à liderança do ps, apesar de não se lhe conhecer um único pensamento político de fundo ou distintivo para o futuro do país. e francisco assis, que tentou gerir com inteligência, nos últimos meses, um percurso político autónomo e imune aos desvarios do naufrágio socratista.
sabendo-se que o líder que inicia um novo ciclo é, em regra, de transição, não resistindo ao desgaste do cargo na oposição, não será ainda este, certamente, o tempo de antónio costa avançar. o ps terá, pois, que escolher, brevemente, entre seguro e assis. o aparelho decidirá.