Nas Bocas do Mundo – George W. Bush

É fácil criticar o 43.º Presidente dos Estados Unidos. Um exercício que a maioria da opinião pública praticou ou apoiou (segundo as sondagens um pouco por todo o mundo), a partir do momento em que se aventurou num atoleiro chamado Iraque.

assim que chegou à casa branca, o elemento mais novo do clã bush, já conhecido pelos discursos pouco fluentes, teve de lidar com o 11 de setembro – e foi o princípio de uma administração que não deixa saudades. terminou com outro grande desastre: a derrocada financeira de 2008.

entre janeiro de 2001 e janeiro de 2009 declarou guerra a uma entidade abstracta (o terrorismo), invadiu o afeganistão e o iraque, inventou um «eixo do mal», prometeu apanhar bin laden «vivo ou morto» e permitiu a existência de guantánamo e a utilização de técnicas de tortura como o waterboarding (simulação de afogamento), tendo alienado grande parte dos aliados dos eua. nos assuntos domésticos meteu as pés pelas mãos aquando do furacão katrina.

os números da economia não são melhores: entre a chegada e a partida, baixou os impostos de forma drástica, a dívida pública mais do que duplicou, o crescimento económico abrandou e o desemprego subiu.

agora escreveu um livro, decision points (momentos decisivos), em que reitera, com a ligeireza e sinceridade que o caracterizam, as decisões que tomou, ponto por ponto. como numa célebre conferência de imprensa em que respondeu que não se lembrava de qualquer decisão errada ou de que se arrependesse. ao menos é coerente.

césar avó