a reunião ocorreu meses após a inspecção-geral de obras públicas ter apresentado ao então ministro uma auditoria que denunciava os prejuízos patrimoniais causados pela o2 à refer.
no encontro, segundo declarações de lino à polícia judiciária (pj) de aveiro, godinho garantiu-lhe que «alguns concorrentes seus tinham influência» na refer e que «por esse motivo não ganhava qualquer concurso».
foi na sequência desta audiência que o então ministro das obras públicas terá determinado que pardal (com quem falou antes e depois da audiência) deveria receber manuel godinho. «pois todos os esclarecimentos que ele pretendia deveriam ser dados pela própria refer» – afirmou o ex-ministro à pj de aveiro.
lino garantiu aos inspectores que armando vara e lopes barreira não estiveram na origem da audiência a godinho – isto porque era «seu hábito receber logo» que lhe fosse possível quem o solicitasse.
contudo, o ministério público (mp) de aveiro não acreditou no ex-governante e acusa vara e lopes barreira de um crime de tráfico de influências por terem exercido a sua influência junto de mário lino para que fosse restabelecido o relacionamento comercial entre o grupo o2 e a refer, a troco de 25 mil euros e promessas de donativos para o ps.
o mp de aveiro decidiu também abrir um novo inquérito para investigar a forma como o ex-ministro interferiu nas relações comerciais entre a refer e a o2.
os testemunhos de ana paula vitorino e de luís pardal, conjugados com as escutas telefónicas a manuel godinho e a lopes barreira (que referiram vários contactos deste e de armando vara com mário lino), foram essenciais para essa decisão, já que indiciam que houve acção concertada entre armando vara, lopes barreira e mário lino para pressionarem a ex-secretária de estado dos transportes e o presidente da refer.