Pouco passava das oito da manhã de sábado passado e não foi difícil chegar ao local onde se encontram os pequenos barcos que fazem a travessia entre Luanda e a Ilha do Mussulo. Durante a semana, o mesmo percurso de 20 km, não se faz, normalmente, em menos de duas horas. A praia estava fantástica e o tempo voou num ápice.
Já na cidade, era preciso preparar a noite que incluía na ementa um Sporting-Porto. Para fugir aos restaurantes habituais, aventurámo-nos por um do fim da Ilha que não consta na lista turística.
Ao lado da Palhota, há um que enquanto serve refeições também oferece música em níveis de décibeis idênticos aos provocados pela aterragem de um avião. E foi assim que ouvi e vi o Sporting encurtar para oito pontos a diferença entre o Porto e o Benfica.
Diga-se que o restaurante A Palhota é do melhor que tenho encontrado em termos de serviço, e mesmo gastronomicamente falando não fica atrás da maioria dos mais famosos. Para fazer a digestão arrancámos até ao Lookal, o local, além do Elinga, onde se ouve melhor música de dança em Luanda – nas vezes que lá fui não ouvi, felizmente, aquelas bimbalhadas de Quim Barreiros e afins que costumam levar alguma rapaziada portuguesa ao rubro no final de sessão de outras discotecas da ilha.
Voltando ao Lookal, chovia alegremente na pista de dança, que é ao ar livre, mas ninguém arredava pé. A água caída do céu apenas refrescava a noite quente. Mas como não queria perder o fim-de-semana de praia, arranquei cedo para casa. Curiosamente, no exterior da esplanada-restaurante-bar-discoteca já não se encontrava nenhum arrumador de carros.
A chuva afastou-os mais depressa do que aos clientes da noite. Quem não conhece Luanda não sabe que há uma espécie de tabela dos arrumadores. Na ilha, é melhor não pensar em dar menos de 500 kwanzas (cerca de cinco euros). Mas o pior estava para vir. No domingo choveu copiosamente e houve inundações pela cidade inteira, ficando a praia para outras núpcias.
