Resta a possibilidade de adquirir um ingresso na candonga. O mesmo se passa noutros espectáculos, sejam musicais ou de outra área cultural. Aqui em Luanda descobri uma nova fonte de riqueza para os ’revendedores’ de bilhetes de eventos. E digo ‘revendedores’ porque aqui candongueiros são os táxis que transportam as classes mais desfavorecidas. Os táxis são carrinhas onde os clientes se deslocam para o emprego, para casa ou para a praia. Os condutores têm má fama, já que não gostam de respeitar as regras mais básicas de trânsito e é frequente andarem em contra-mão, obrigando os automobilistas que circulam na sua faixa a travagens bruscas quando estão menos atentos.
Mas, voltando ao mercado paralelo da venda de bilhetes, constatei que sempre que há uma festa numa discoteca cujos bilhetes são vendidos antecipadamente, no dia agendado, à porta das casa de diversão nocturna, há muitos que fazem bons negócios. No fim-de-semana passado foi dia de aniversário na discoteca Chill Out, na Ilha de Luanda. O preço dos bilhetes normais era de 100 dólares e aqueles que davam acesso à zona VIP custavam o dobro. No exterior da discoteca as verbas despendidas variavam entre os 150 e os 200 dólares para a área comum do espaço.
Quando entrei vi uma enorme multidão que enchia por completo a discoteca. Na cabina do DJ estavam os jovens irmãos Martinez Brothers que já tinha visto em Portugal, salvo erro no Sasha em Portimão. O bar aberto contribuía para a animação e nem o forte calor (estariam cerca de 30ºC) arrefecia a euforia dos presentes. Curiosamente, uma parte significativa dos presentes tinha estado na noite anterior na discoteca Lookal, onde a SuperBock fez uma mega-festa para lançar a sua cerveja de abertura fácil a que deu o nome de Saca. Sexta e sábado são sinónimo de agitação total. Seja nas discotecas, na cidade ou nos musseques. A cidade não dorme.