mas a reputação do presidente da jugoslávia – já amputada da eslovénia, croácia e bósnia – há muito estava nas lonas e foi menosprezado pelo ocidente. uma limpeza étnica – como a que os sérvios estavam a fazer então no kosovo – não tem justificação possível. mas teve antecedentes que até agora foram ignorados. tal não será mais possível, após a divulgação do relatório do conselho da europa sobre o líder do uçk, actual primeiro-ministro do kosovo e vencedor das eleições que decorreram há dias.
as suspeitas que recaíam sobre actividades ilegais do uçk não são novas. e já se sabia que era uma personalidade ímpar. afinal, conseguiu combater o sonho da grande sérvia com o equivalente albanês, apoiado ao mesmo tempo pelos estados unidos e pelos radicais islâmicos. chefiar uma quadrilha de tráfico de heroína, de armas e de órgãos humanos é, contudo, uma acusação de uma gravidade extraordinária. que mancha a credibilidade das instituições kosovares e a honra do cavalheiro em questão, mas sobretudo não deixa bem na fotografia os países que, de forma precipitada, apostaram na independência de um território cuja viabilidade está por demonstrar.