o presidente da bielorrússia rejeitou uma união aduaneira, negou reconhecer a independência da abecásia e da ossétia do sul, e deu guarida ao presidente foragido do quirguistão. em troca, moscovo fechou a torneira do gás e impediu a entrada de produtos lácteos bielorrussos.
com as relações com a rússia encrespadas, foi ao vaticano e recebeu berlusconi. fez acordos com china e venezuela e piscou o olho à ue. bruxelas – que já levantara as sanções à ‘rússia branca’ (tradução de belarus) – sonhou em puxar o isolado país para a esfera ocidental e democrática. acenou com um pacote milionário de empréstimos em troca de eleições justas – o que não acontece desde a votação de 1994, em que lukachenko concorreu pela primeira vez. entretanto, o documentário o padrinho, do canal da gazprom ntv, lançou suspeitas sobre o desaparecimento de adversários políticos do «último ditador da europa», como foi chamado por condoleezza rice. lukachenko respondeu que os adversários das presidenciais estavam a soldo do kremlin e que não abdica da soberania do país. dias antes do escrutínio eleitoral, assinou um acordo de união económica com a rússia e o cazaquistão em troca de preços baixos do gás e do petróleo. com o mesmo pragmatismo esmagou os protestos de milhares perante a patranha dos resultados eleitorais e mandou o kgb tratar de prender e espancar os rivais políticos. a única surpresa é a ingenuidade dos diplomatas de bruxelas, iludidos com este mumificado tiranete.
césar avó