orbán regressou ao poder em maio, após uma esclarecedora vitória sobre os desacreditados socialistas do mszp. mal assumiu funções, o líder do partido de direita fidesz assustou o mundo ao anunciar que o governo anterior tinha manipulado os números e que o país estava à beira da bancarrota. aproveitou a onda e criou um imposto sobre a banca, energia e telecomunicações. assustou os investidores estrangeiros – já bastava o discurso anti-semita de membros do seu partido – enquanto definia a criação de postos de trabalho como a prioridade do governo: a hungria é o país da união europeia com a mais baixa taxa de emprego e a pobreza atinge uma em cada três pessoas.
com a maioria absoluta vieram os tiques autoritários. foi instituída uma entidade reguladora da comunicação social que, a pretexto de conceitos vagos como a «dignidade humana», pode aplicar multas mastodônticas; os poderes do tribunal constitucional foram reduzidos; e agora orbán prepara um assalto ao banco central húngaro e respectivo governador, com a anunciada reforma do órgão regulador. valha que no meio deste desconchavo orbán não se tenha aliado à terceira força política: jobbik, a extrema-direita nacionalista cujas ligações ao entretanto proibido magyar gárda (saudosistas do governo nazi dos anos 40) são mais que conhecidos.