ontem, o candidato apoiado pelo ps e pelo be afirmou que apoiaria o actual presidente, caso este entendesse encetar diligências junto de governos estrangeiros e das instâncias europeias para travar as pressões sobre a dívida portuguesa. na resposta, cavaco acusou alegre de «ignorância» em matéria de política externa.
no contra-ataque, o histórico socialista defendeu, num almoço em portimão, que «o presidente da república não deve ser só professor de finanças para umas coisas».«há uma subida artificial [dos juros] que tem um objectivo politico que o professor de finanças parece ignorar», criticou, apontando os perigos da entrada do fmi.
«a atitude passiva do presidente não beneficia a situação de portugal», disse alegre perante cerca de 100 pessoas, defendendo que o fmi «trará o programa que a direita não tem coragem de apresentar aos portugueses». na defesa deste argumento, o candidato presidencial recorreu a um ex-líder do psd: «ainda ontem ouvi o professor marcelo rebelo de sousa dizer que toda a direita suspira pela entrada do fmi».
alegre acusou também cavaco de ter a pretensão de «fazer e desfazer governos». e garantiu que, caso seja eleito, saberá ser um presidente «imparcial»: «serei um presidente na tradição de mário soares, de jorge sampaio, que tendo vindo da esquerda souberam ser presidentes de todos os portugueses».
declarações proferidas num almoço a que manuel alegre chegou praticamente com uma hora de atraso – já os apoiantes almoçavam.
antes, o candidato tinha prevista uma acção de campanha , junto à casa inglesa, também em portimão. a iniciativa foi cancelada, mas algumas dezenas de simpatizantes não foram avisados: já depois do meio-dia continuavam à espera de alegre, sem saber que a visita tinha sido desmarcada.