João Pinto foge ao fisco através do Luxemburgo

João Pinto diz que pagou pois já regularizou um depósito de 5,8 milhões nas Ilhas Caimão.

veja aqui a infografia

depois de luís figo, joão vieira pinto é mais um ídolo futebolístico da ‘geração de ouro’ do futebol português que é investigado pela 9.ª secção do departamento de investigação e acção penal (diap) de lisboa por suspeitas de crimes económicos. mas, ao contrário de figo, o ex-jogador do benfica e do sporting acabou por ser acusado por fraude fiscal qualificada e por branqueamento de capitais por não ter declarado à administração fiscal rendimentos de trabalho na ordem dos 678 mil euros nos anos de 2000 a 2002 provenientes do sporting.

josé veiga, empresário de joão pinto, está indiciado pelos mesmos crimes, pois ajudou o actual comentador desportivo a desviar o dinheiro do território nacional para contas no luxemburgo (ver infografia). já luís duque e rui meireles, respectivamente ex-presidente e ex-director financeiro do sporting, foram acusados de fraude fiscal qualificada.

o sporting não foi acusado de nenhum crime, mas arrisca-se a pagar ao fisco uma pesada multa por não ter retido na fonte os valores devidos por joão pinto.

offshore no belize

joão pinto tentou convencer a procuradora da república ana margarida santos que já tinha liquidado cerca de 293 mil euros de impostos em falta no final de 2005, ao abrigo de um regime excepcional de regularização tributária que permitiu aos contribuintes que tivessem fundos em contas bancárias no estrangeiro repatriar o dinheiro para bancos nacionais. no caso do ex-jogador, estavam em causa cerca de 5, 8 milhões de euros depositados no balcão do bpn nas ilhas caimão (caraíbas), em nome da empresa julyan holdings – sociedade com sede no paraíso fiscal do belize (país da américa central) e detida a 100% por joão pinto.

mas a magistrada não ficou convencida, pois o ex-jogador não conseguiu explicar a correspondência entre os valores pagos pelo sporting e os depósitos no bpn. além do mais, joão pinto tinha tentado iludir o fisco em relação à titularidade de 5 dos 5,8 milhões de euros em causa, ao pedir ao seu amigo hélio sousa, ex-capitão do vitória de setúbal, que liquidasse o imposto em falta sobre esse montante nos balcões do bpn.

luis.rosa@sol.pt