perante uma casa cheia, no teatro académico gil vicente, alegre voltou a criticar cavaco silva por «ameaçar provocar uma crise política», sustentando que esta declaração vai ao encontro dos interesses de psd e cds, que «estão com pressa» de chegar ao poder. ao contrário do que diz ser o caso do actual presidente, o histórico socialista garante que não está refém dos partidos que o apoiam: «tenho a minha família política, mas a minha família política sabe as incomodidades que eu posso causar, porque penso pela minha cabeça».
antes de alegre, já almeida santos, presidente do ps, tinha afirmado que cavaco silva «é economicamente neo-liberal», o que explica «nada ter feito para resolver os problemas da europa e do país».
no discurso em coimbra almeida santos deixou também um apelo contra a abstenção à esquerda, defendendo que «não votar ou votar em branco é dar meio voto a cavaco silva».
entre os oradores contou-se ainda josé manuel pureza, líder parlamentar do bloco de esquerda, eleito pelo distrito de coimbra. num discurso muito aplaudido, carregou no tom das críticas ao presidente recandidato: «quem um dia se associou à nata da especulação à portuguesa, quem um dia se ligou a oliveira e costa e a dias loureiro não tem a mínima das autoridades, porque também não tem vontade para contrariar os especuladores que atentam contra a economia portuguesa».