segunda 3 e terça 4
euro, iva e automóveis
estónia. mais um membro do clube do euro. boa sorte! para ele e para todos nós!
iva sobre o gás. é superior ao previsto para electricidade e água. não é bem de primeira necessidade?
metro-mondego. primeiro, foi a promessa de que substituiria o ramal da lousã. depois, foi a paragem das obras. agora, são autocarros a substituírem o que deixou de existir mais o que nunca chegou a existir. para breve, é a redução do número de autocarros. o estado a gozar com o pagode?
automóveis. proximidade de iva mais alto fez disparar compras em dezembro. de todos os tipos de veículos. compreensível, até porque não havia interesses de terceiros envolvidos, como noutras antecipações…
televisão mexe. júlia pinheiro entra na sic. merecido para ela e para a sic. fátima lopes ocupa o seu lugar na grelha da tvi. conceição ferreira sobe. sic prepara passagem de reality show do cabo para o generalista. tvi garante novas telenovelas, segura nicolau breyner – em bom acordo, que serena rtp – e fernanda serrano. e aponta para nova versão da casa dos segredos ainda em 2011. ano bem preenchido…
economistas. empossado o bastonário da ordem. rui martinho. uma boa solução. a todos os títulos.
prémio méxico. para ciência e tecnologia. entregue a boaventura sousa santos. justo galardão.
professores galegos. querem português como segunda língua. outra boa notícia.
shikhani. mais um desaparecimento. e uma referência. justa. a um pintor moçambicano que meus pais tanto apreciavam. e que nos lega um misto de figurativo e de imaginário dramático. tão dramático que um dos seus óleos – hoje em minha casa – oferecido ao filho nuno povoou os pesadelos de meus netos durante uns tempos.
quarta 5
malangatana, cortes nos salários e despesa pública
malangatana. e assim partiu o nosso irmão – como ele gostava de nos tratar, ao antónio, ao pedro e a mim –, luminoso, doce e fraternal como sempre foi. rodeado de mulher e filhos. acarinhado pelos médicos do hospital pedro hispano de matosinhos, onde é médica sua filha gracieta. sentindo, nos dias finais, que o seu tempo nesta vida terminava e que outro começava, no além, esse além que se misturava na sua obra com as raízes, as tradições, as lutas, as vitórias e os sofrimentos do aquém. um aquém que viveu intensamente, desde os idos do clube de lourenço marques, da aproximação à frelimo, do júbilo da independência, da vivência de décadas de altos e baixos – sempre altos no seu génio – até à projecção europeia e universal.
parece que foi ontem. que o conheci e lhe comprei o primeiro quadro, por tuta e meia, com a mesada de aluno do 2.º ano de direito – mas foi em 1968. que com ele e amigas e amigos dei uns passos de marrabenta na ponta vermelha – mas foi em 1969. que visitei a sua matalana e admirei a sua obra para as crianças dos subúrbios – mas foi em 1969, em 1985, em 1997. que assisti ao empenho de meu pai para que a gulbenkian (leia-se, o incansável sá machado) lhe desse bolsa, apesar das informações da dgs – mas foi em 1971 e 1972. que o recebi em lisboa e com ele estive em maputo – e foram muitas vezes, durante décadas. que o vi e ouvi cantar no lançamento da fotobiografia do meu pai, onde apareceu de surpresa – mas foi em 1999. que apadrinhei o seu doutoramento honoris causa em évora – mas foi há quase um ano. que jantámos no polana, recém-inaugurado após o restauro, e lhe impus a ideia de um check-up, o tal a que fugira meses antes, em lisboa – mas foi a 14 de novembro. que o vi pintar a sua derradeira obra, um fiat, que deixou por acabar, embora lhe falte muito pouco, quase nada… – mas foi por esses dias de novembro. que o reencontrei, dias volvidos no hospital santa maria, onde estaria semanas, até partir para o pedro hispano – mas já foi há longos dias. que estivemos na sua exposição em almada, num curto intervalo permitido pelos clínicos – mas foi no final de novembro. e como não recordar a noite anterior à partida – eram onze horas ou mais – e aquelas palavras sussurradas, aqueles olhos de criança entre o esperar o impossível e o aceitar o inevitável, aquele respirar aflito, aquela quase sonolência de um sono agitado por monstros como aqueles das suas telas, aquelas mãos febris que não queriam largar as minhas, como que a dizer que a prometida visita em janeiro de 2011 nunca viria a acontecer…
o resto. o resto, que todos recordaram, e bem, foi o génio de malangatana… foi o génio da sua obra, que retratou o génio da sua vida. mas isso não foi o essencial para mim. para mim, o essencial foi ter perdido um irmão.
cortes nos salários da função pública. guilherme da fonseca diz que é inconstitucional. jorge miranda e tiago duarte dizem o oposto. e, a meu ver, juridicamente, têm razão.
antónio pinto barbosa. com joão loureiro e teodora cardoso vai acompanhar o controlo das despesas públicas. é isento e competente. quanto a ter sido presidente do conselho fiscal do bpp, é simples – a ser apurada qualquer irregularidade que envolva sua responsabilidade, mesmo que seja por omissão, tenho a certeza que será o primeiro a querer apurar o sucedido e, se for caso disso, a afastar-se das novas tarefas.
quinta 6 e sexta 7
juros, veto e mais bpn
juros. agravamento muito preocupante! atingindo e ultrapassando os 7% no mercado secundário, a 10 anos. e obrigando o ministro e o governo a acelerar o ritmo da emissão da dívida…
bpn. enquanto isso, bpn é o tema único de campanha eleitoral. e 200 milhões de euros de depósitos foram levantados do banco em 15 dias…
bpp. outro tema do dia de hoje: a publicidade que, afinal, alegre não fez para o bpp, em tempos… e a campanha continua longe do essencial.
tempos de antena. sic e tvi querem mais dinheiro para passar tempos de antena. e eu que, ingenuamente, pensava que eram passados à borla, em homenagem ao serviço público que dizem cumprir. pior: a rtp também recebe, embora não proteste pela quantia…
luís filipe vieira. empréstimo de 200 milhões, da banca, causa alarido. em particular, o de banco público. e, de facto, à primeira vista, é singular nestes tempos de aperto. mas não será para regularizar contas do passado? tema a acompanhar…
veto de cavaco. a diploma sobre registo de transexuais. lendo a fundamentação, um ponto parece persuasivo: a possibilidade de o relatório médico que deve apoiar o requerimento ser assinado por médico ou entidade não reconhecido em portugal.
mais bpn. afinal, o valor da compra das acções da sln a cavaco não era único nem o mais elevado, na época. o que torna ainda mais inverosímil a já muito questionável tese do favorecimento pessoal… será que a campanha ganha outra dimensão? ou, agora, vai passar para o modo como cavaco viveu financeiramente enquanto esteve fora da política, sendo certo que nunca ninguém duvidou que sempre pagou os seus impostos?
sábado 8 e domingo 9
espanha, contágio português, sondagem, cavaco e alegre
espanha. juros sobem. também lá… o que os espanhóis atribuem a contágio português. e bolsas dos dois países em queda nos últimos dias. outro sinal de apreensão.
the economist antecipa fmi em portugal. quando os juros da grécia e irlanda estão longe de baixar, apesar de lá estar o fundo. é como com as pessoas: o labéu de falido ou insolvente cola e é difícil de descolar…
mercados. agora são a imprensa espanhola e o der spiegel a falarem do fmi em portugal. a pressão é crescente e evidente…
alberto joão jardim. susto. não maior pelo seu sangue frio. e o de josé miguel mendonça. agora, duas semanas de repouso. antes de um ano eleitoral também na madeira.
bpn. compra de acções de cavaco foi a preço favorecido. ao contrário da venda. no todo, razões para uns dizerem que toda a operação foi favorecida pessoalmente. e para outros dizerem o contrário. só que não é visível qual o favorecimento político. na época, com cavaco fora da política e sem horizonte aberto para belém. hoje, no 1.º mandato, com diploma da nacionalização do bpn aprovado por governo e ps – com alegre incluído – e por vitor constâncio. nenhum deles psd ou ex-colaborador de cavaco ligado ao bpn…
bpp. alegre não terá entendido o alcance do acordo com o bpp. e como poderia ser vedado a deputado. coisa sem relevância política, em termos de juízo negativo de carácter.
sondagem tvi/intercampus. com cavaco em 60% e alegre em 26%. lopes a subir, nobre a baixar e defensor a ficar próximo de coelho. a duas semanas das eleições, mostra que os jogos estão feitos… e que o essencial é o dia seguinte…
ordem dos advogados. tribunal constitucional dá razão a licenciados em direito contra o bastonário. uma evidência, vista por este. mas negada por razões estratégicas óbvias. de todo o modo, uma derrota fragorosa para o bastonário.
liga. fc porto, em força. benfica,em perseguição. difícil. sporting, a aguentar-se. sp. braga, a atrasar-se, apesar do bom jogo em alvalade.
segunda 10
mourinho e cavaco em forma
mourinho. e fez-se justiça.o special one é o maior do mundo. já sabíamos, mas foi bom confirmá-lo. e ouvi-lo falar em português.
vítor alves. um militar de abril que deixou rasto de simpatia, de compreensão, de espírito moderado e conciliador. nos muitos contactos havidos entre 1974 e 1982, no expresso e no ppd, depois psd, foi inexcedível de capacidade de diálogo. nomeadamente, como ministro sem pasta, ministro para a comunicação social, ministro da educação, subscritor do documento dos nove e conselheiro da revolução. com grande desenvoltura política e poder de persuasão, quase um sedutor para grupos de interlocutores, fica como um dos símbolos do 25 de abril.
cavaco. a última das entrevistas da rtp. já está quase tudo dito. mas cavaco surpreendeu. em forma física, veemência e conteúdo de intervenção. a melhor prestação dos últimos longos meses.
terça 11
sócrates e debate
banco de portugal. governador é cauteloso. teodora, menos. percebe-se o que ela quer dizer. mas talvez fosse melhor, neste momento, não andar a falar como falou.
sócrates. défice do estado melhor do que previsto – diz. e diz na véspera de dia crucial. para se ver se china, mais bce, mais declaração de sócrates acalmam mercados. e dão uma folga. deus queira! que a situação está muito complicada…
debate. ontem. com antónio vitorino. sendo moderador antónio barreto. no círculo eça de queiroz. sobre a actualidade política. um matar de saudades das noites eleitorais na rtp. e um fim de tarde e começo de noite cheio. seguido de jantar também muito participado – círculo a abarrotar. tom civilizadíssimo, em pleno calor eleitoral. discussão longa e com acordo a 100%. nomeadamente, sobre crise financeira, ue e fmi.
exame de direito. administrativo i. antes do debate. são 222 testes para corrigir. noitada anunciada e mais dois dias de trabalho…