«a pergunta que tem de se colocar é esta: estamos perante uma questão pessoal ou política quando queremos saber em que condições um candidato – que é presidente da república e se recandidata – vendeu acções que não estão cotadas na bolsa com um lucro de 140%, a um banco que é formado pelos seus amigos políticos, grande parte deles a responder criminalmente» pela gestão do banco, questionou o dirigente bloquista, num comício da candidatura de manuel alegre, em vila real.
num ataque cerrado ao adversário, fernando rosas acusou também cavaco de «perda de controlo verbal, arrogância e populismo». criticando o candidato apoiado pelo psd e cds de «ter o desplante de dizer que era preciso nascer duas vezes para se ser igual a ele», rosas ironizou: «ainda bem que ninguém se lembrou de nascer duas vezes, porque senão tínhamos aí um país cheio de cavacozinhos autoritários».
num discurso muito aplaudido, o ex-deputado sustentou que «a comissão de honra de cavaco silva parece o psi 20 da bolsa». e deixou um conselho: «cavaco silva podia fazer a demagogia do corte de salários para esses. porque é eu não lhes ensina eles os sacrifícios que pede para os outros?».
o discurso de fernando rosas ficou ainda marcado por uma gaffe, ao afirmar que o campo político que está por detrás de cavaco silva, e que apela à vinda do fmi, é o do «ps e do psd».
já o ministro da justiça, alberto martins, voltou à campanha presidencial de manuel alegre para defender que o país precisa de um presidente que «presida, mas que não queira ser chefe de governo, não queira ser chefe de facção». «não queremos um anunciador de crises, nem um corifeu de lamúrias, conivente com o fmi», referiu o dirigente socialista, acrescentando que um chefe do estado deve servir «de modo exemplar a separação entre órgãos de soberania».
