no discurso, alegre voltou a evocar as declarações de cavaco silva, que admitiu a possibilidade de uma crise política, para questionar: «quem é que traz afinal o risco do aventureirismo político, quem é que afinal ameaça a estabilidade política, põe em causa a estabilidade social?». «cavaco silva é neste momento o principal factor da instabilidade», acrescentou o histórico socialista, defendendo que a sua candidatura representa o oposto – «eu sou um garante da estabilidade política. candidato-me para garantir a estabilidade política e a estabilidade social».
num dia em que foi conhecida uma sondagem da marktest, que dá a alegre 15% das intenções de voto, contra 61% em cavaco, o candidato presidencial reiterou o apelo da noite de ontem, pedindo aos apoiantes que «não se deixem impressionar com notícias e sondagens». e garantiu que o seu staff já «está a preparar a segunda volta».
a iniciativa de campanha contou também com uma intervenção do presidente da federação socialista de aveiro, pedro nuno santos, que apontou «o divisionismo e o sectarismo» como a «maior fragilidade» da esquerda. «manuel alegre foi o primeiro a identificar esta fragilidade, a perceber que era necessário construir pontes, mesmo contra a incompreensão de alguns dos meus camaradas», afirmou o dirigente do ps. «cada vez que trabalhamos em conjunto, na esquerda, ganhamos», defendeu ainda, apontando um exemplo: «lembrem-se da câmara municipal de lisboa. quando estamos a trabalhar em conjunto derrotamos a direita».
manuel alegre prossegue hoje o dia de campanha no distrito de aveiro, num périplo que terminará num comício na terra natal do candidato, em águeda, e que contará com a presença do secretário-geral do ps josé sócrates.