Alegre: ‘Não façam batota na democracia’

O candidato presidencial Manuel Alegre qualificou esta noite como «batota» a sondagem, divulgada hoje, que lhe atribui uma intenção de voto de 15%, contra 61% em Cavaco Silva. «Eu não insulto os meus adversários, mas não gosto de batota na política, não gosto de batota na democracia», advertiu Alegre.

indignado com os números da previsão da marktest, o histórico socialista até evocou as presidenciais de 1958: «hoje, ao ler uma certa sondagem, senti o mesmo que senti quando anunciaram a pseudo-derrota do general humberto delgado». «não façam batota, nada vencerá a nossa determinação», reiterou o candidato.

acusações feitas num jantar-comício sobrelotado (com mil lugares sentados, mas muitas pessoas em pé) na terra natal de alegre, em águeda, e na presença do secretário-geral do ps, josé sócrates. a quem alegre deixou um «abraço especial pela forma como tem defendido o interesse nacional» face à pressão dos mercados sobre os juros da dívida portuguesa.

alegre comentou também as declarações de cavaco silva, que disse hoje ter «pouco apetite» para utilizar a bomba atómica da dissolução do parlamento: «a única promessa concreta de cavaco silva na campanha foi a ameaça de precipitar uma crise política. essa promessa foi feita de uma forma muito clara. essa promessa permanece».

manuel alegre terminou o discurso com um apelo ao voto de «todo o povo de esquerda» e de todos «os democratas», manifestando-se confiante nos resultados das eleições de domingo: «nós estamos muito perto da segunda volta, estamos perto, podemos lá chegar, vamos lá chegar».

susete.francisco@sol.pt