‘A derrota é minha’

Manuel Alegre assumiu hoje «pessoalmente» a derrota nas eleições presidenciais, afastando responsabilidades do PS e do Bloco de Esquerda no desfecho das eleições: «A derrota é minha, não é daqueles que me apoiaram».

«assumo pessoalmente esta derrota, rejeito qualquer comparação com outras eleições», afirmou o histórico socialista, que voltaria ainda à mesma questão: «não foi o ps que perdeu este combate. quem perdeu este combate fui eu, que não consegui os objectivos a que me propus». alegre deverá ficar abaixo da votação registada em 2006, altura em que avançou para a corrida a belém sem qualquer apoio partidário.

com josé sócrates sentado na primeira fila da plateia, o candidato disse já ter felicitado o vencedor, cavaco silva, e desejou que o presidente reeleito «contribua para a estabilidade política e social do país». questionado pelos jornalistas, rejeitou que tenha sido prejudicado pelo apoio do partido do governo. «são coisas diferentes. eu não era o candidato do governo», defendeu.

alegre disse também não ter mudado de ideias quanto à estratégia seguida na campanha: «sempre valorizei a diversidade de candidaturas, nunca apelei ao voto útil».

«em democracia não é vergonha perder, vergonha é fugir ao combate. continuarei a lutar pelos valores da esquerda, da república e de portugal», concluiu o candidato presidencial, já bastante emocionado, e com a plateia a dedicar-lhe uma longa ovação de pé.

no final da noite, além de josé sócrates, outros socialistas marcaram presença no hotel altis. foi o caso do presidente do ps, almeida santos, do presidente da câmara de lisboa, antónio costa, das eurodeputadas edite estrela e ana gomes, e dos deputados eduardo cabrita, jamila madeira e ana paula vitorino.

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