Angolanos disponíveis para controlar a Galp

Amorim e angolanos deverão reunir hoje. Sonangol e Isabel dos Santos mantêm interesse em ter participação directa.

os ânimos prometem aquecer hoje na assembleia geral ordinária da amorim energia, em haia, com os angolanos da esperanza e américo amorim a ‘lutarem’ por uma luta de poderes na galp, sustentada por pareceres jurídicos das duas partes.

o acordo de venda da participação dos italianos da eni na galp à petrobras – que estará na iminência de ser fechado e que terá o envolvimento do empresário nortenho – fez estalar o verniz entre os parceiros da amorim energia, que por sua vez é accionista de referência da galp com 33,34%. «sentimos o máximo desconforto por esta situação que nos afasta de decisões fundamentais relativas à galp onde somos accionistas de referência», disse ao sol fonte que representa os interesses angolanos.

tendo programado levar à reunião de hoje uma «solução de compromisso» que alterasse o ‘casamento’, mas não levasse ao ‘divórcio’ com amorim, a postura dos angolanos – que detêm 45% da amorim energia – mudou. «tememos que já não faça sentido levar ao conselho de administração da amorim energia as propostas construtivas que temos desenhadas para ultrapassar o impasse e que envolvem um novo e forte investimento angolano em portugal», disse a fonte, salientando que «aguardamos pela publicitação oficial da operação, que deverá ser já do conhecimento da cmvm, para a impugnar».

em cima da mesa estará actualmente a venda de 25% da eni na galp à petrobras, ficando o remanescente parqueado na esfera do estado, que detém 8% da empresa, incluindo 1% através da cgd, com direitos especiais.

os angolanos exigem, contudo, ser ouvidos neste processo e deter uma posição directa na petrolífera, e têm vindo a tornar público que, de outra forma, vetarão a entrada dos brasileiros.

no limite, ao que o sol apurou, sonangol e isabel dos santos estarão disponíveis para comprar parte ou a totalidade da posição dos italianos e investir fortemente na empresa, em cash. no verão passado, os angolanos terão recusado uma proposta para a compra de 3,34% da galp. a solução final tem de estar gizada até à assembleia geral da empresa, marcada para dia 26 de abril.

contactado pelo sol, américo amorim voltou a remeter-se ao silêncio.

ricardo.d.lopes@sol.pt

tania.ferreira@sol.pt