o conflito criado em torno da revisão das leis eleitorais é a última de várias dissonâncias entre o ministro dos assuntos parlamentares – a quem cabe coordenar a acção entre o governo e a bancada – e a liderança do grupo parlamentar. um exemplo anterior foi o processo que antecedeu o acordo com o psd para a aprovação do orçamento do estado, com o líder parlamentar a insistir continuamente na necessidade de diálogo e o ministro a apostar num tom bem mais aceso com os sociais-democratas.
se, na altura, o discurso do primeiro-ministro se aproximou mais do de lacão, desta vez assis terá ganho o round: a começar na própria bancada, que ontem elogiou a pronta resposta – negativa – de assis à proposta de redução do número de deputados. u m tema que, aliás, já tem história entre os dois protagonistas: em 1997, lacão demitiu-se da liderança parlamentar do ps depois da revisão constitucional que abriu a porta à redução do número de deputados. francisco assis subiu depois à liderança parlamentar.
lacão junta-se assim a outro nome, o de rui pereira, ministro da administração interna, que sai muito fragilizado da confusão com o cartão do cidadão nas eleições presidenciais.