«o primeiro-ministro de portugal não tem tido o sentido de responsabilidade de agir no desempenho dessa função», disse miguel relvas aos jornalistas em beja, referindo que o que josé sócrates disse no passado sábado sobre o psd é «uma total desfaçatez».
o secretário-geral do ps e primeiro-ministro, josé sócrates, disse no sábado que «não haverá despedimentos na função pública», referindo que esta medida e as privatizações são a base da «agenda liberal» do psd, acusando o partido de ter uma agenda de «radicalismo liberal que é próprio do fmi».
esta «não é a posição do psd» e «não [faz] sentido nenhum que o primeiro-ministro se sirva de algo que não existe para criar factos e instabilidade», afirmou, referindo que o líder parlamentar do psd, miguel macedo, «esteve muito bem nas declarações» que proferiu no domingo em reacção às declarações de josé sócrates.
miguel macedo afirmou domingo que as declarações de sócrates «constituem um sinal de desespero político de alguém que desistiu de inspirar confiança ao país e, por isso, recorre à mentira».
segundo miguel relvas, «já só resta ao primeiro-ministro reconhecer» que «se enganou» ou «propositadamente» proferiu as suas declarações com «insensatez».
confrontado com as declarações do dirigente do ps, capoulas santos, o secretário-geral do psd disse que merecem «alguma condescendência».
«capoulas santos e outros dirigentes do ps andam a brincar com coisas sérias, andam a brincar com o fogo», disse miguel relvas, referindo que capoulas santos «está há muitos anos em bruxelas» e «não tem acompanhado a realidade portuguesa».
«se estivesse a viver em portugal e conhecesse a realidade portuguesa, de desemprego, de problemas sociais gravíssimos, de miséria, de dificuldades dos jovens em encontrar emprego, o senhor deputado não brincaria com coisas sérias como brincou», afirmou.
capoulas santos apelou hoje ao líder parlamentar do psd, miguel macedo, para ter «tino e compostura» no exercício das suas funções e insistiu que os sociais-democratas defendem no fundo despedimentos de funcionários da administração pública.
questionado pelos jornalistas sobre se partilhava da opinião do comentador marcelo rebelo de sousa, que no domingo, disse na tvi que o governo ps «está morto», miguel relvas afirmou: «partilho da opinião que este governo não tem sabido estar à altura das suas responsabilidades».
sol/lusa
