Tenistas valem milhões para as marcas

As jogadoras de ténis sentem-se tão confortáveis no court com uma raqueta na mão como com um relógio no pulso num anúncio publicitário. O mundo das mulheres do ténis é hoje uma série de meninas bonitas cobiçadas pelas melhores marcas de perfumes, jóias ou telemóveis.

a imagem masculinizada que há umas décadas se aplicava às tenistas já nada tem a ver com o nível de estrelato que as mulheres do desporto atingiram. e o mundo do ténis lidera a lista das atletas mais bem pagas, encabeçada por maria sharapova, jogadora russa que ocupa a 13.ª posição do ranking da wta (circuito mundial feminino).

algumas são até mais conhecidas pelo talento em promover artigos do que pelo trabalho que fazem em campo, como é o caso de anna kournikova, que nunca ganhou um título em singulares.

as irmãs wiliams são outros dois nomes incontornáveis do ténis, duas verdadeiras máquinas de ganhar torneios e dinheiro. fora dos courts, venus aventurou-se na moda, tendo lançado uma marca de roupa para ténis – eleven, que chama tanta atenção em campo como a força do seu serviço.

a reebok (amelie mauresmo, francesa), a canon (maria sharapova, russa), a citizen (kim clijsters, belga), a turkish airlines (caroline wozniacki, dinamarquesa) e até a oreo (venus e serena wiliams, norte-americanas) são algumas das marcas associadas às jogadoras de ténis.

parceiros de beleza

mas, e se em vez de ter uma atleta individual a representar determinado relógio ou bolacha, uma marca pudesse ter todas? a resposta está na aposta dos patrocinadores oficiais dos torneios que fazem parte da wta. a oriflame, empresa sueca de venda directa de cosméticos, é a mais recente parceira de beleza das meninas do ténis.

a jogadora alemã andrea petkovic (actual número 24) disse ao sol, no torneio gdf suez, em paris, que não podia estar mais satisfeita com esta parceria, em especial por se tratar de produtos de beleza.

«um bom desempenho no court depende tanto da boa forma como dos níveis de confiança, e se me sentir bem e bonita sei que jogo melhor», afirma petkovic, que acrescenta que o ténis feminino não representa só um desporto. «é também um símbolo de feminilidade e beleza».

«damos entrevistas antes e imediatamente depois dos jogos. sabemos que o que fazemos tem o poder de inspirar alguém, por isso temos de ‘ficar bem na fotografia’, apesar do suor que escorre pelo rosto», diz a alemã de origem sérvia.

kim clijsters, que alcançou em paris a liderança do ranking, concilia as raquetas com a maternidade. a jogadora comentou, a propósito do novo patrocínio, que é importante para as jogadoras estarem no seu melhor «dentro e fora do court». a tenista é a primeira mãe a conseguir ser a número um do mundo do ténis.

quanto à oriflame, a escolha do ténis feminino em detrimento do masculino (atp) deveu-se ao facto de partilhar com as jogadoras os valores de união, espírito e paixão que estas representam. michael cervell, da marca sueca, considera que este patrocínio apoia mais do que o ténis feminino: «estamos a patrocinar o potencial interior de cada mulher que se atreve a sonhar».

a oriflame é uma das marcas de beleza em maior crescimento na europa. os seus produtos são vendidos apenas em catálogos, com a excepção da loja na suécia, mas a imagem do vendedor de enciclopédias porta-a-porta nada tem a ver com os chamados assessores da marca.

desengane-se quem achar que este tipo de negócio só serve para fazer um dinheiro extra ou enquanto se está desempregado. na rússia, maior mercado da oriflame, a assessora que mais vende recebeu de bónus um milhão de dólares.

joana.andrade@sol.pt