Ajuda externa está por semanas

Financeiramente, já compensa pedir ajuda externa. Resta o ónus político. O futuro da economia decide-se em Março e depende de convencer os alemães.

se o país fosse uma empresa, a decisão de recorrer à ajuda externa do fundo de resgate europeu e do fmi provavelmente já estaria tomada: do ponto de vista apenas financeiro, já compensa pedir um auxílio semelhante ao que foi dado à grécia e à irlanda. atenas foi ajudada com um financiamento a três anos, com um juro de 5%.

as obrigações do tesouro portuguesas com um prazo semelhante estão a ser trocadas pelos investidores, no mercado secundário, a juros de 5,6%, o que implicaria que o estado se endividasse a uma taxa semelhante se fosse ao mercado. sairia mais caro do que o fmi.

mas gerir finanças públicas tem implicações mais abrangentes. a questão já saiu da esfera financeira e está, sobretudo, no campo político e da diplomacia europeia.

o futuro da economia portuguesa está agora dependente das decisões que saírem da cimeira europeia e do conselho europeu, a 11 e 24 de março. «estou convencida de que vai haver avanços substanciais no fundo que actualmente existe, as linhas de modificação estão avançadas», disse ao sol a eurodeputada elisa ferreira, que aponta para o que deverá acontecer em março: reforço da capacidade do fundo europeu de estabilização financeira (feef), que poderá emprestar dinheiro a taxas de juro mais baixas e comprar dívida pública nos mercados secundários.

joao.madeira@sol.pt