segundo antónio mega ferreira, director do ccb, o tema escolhido para o certame de 2011 pretende assinalar «o trânsito cultural e geográfico» que a europa viveu com a chegada ao poder de hilter na alemanha e a «emergência da música americana» durante os anos de domínio nazi, resultantes do «exílio de imensos compositores de origem judaica para a américa».
pela primeira vez, uma edição do ciclo anual do ccb inaugura com uma obra portuguesa, intitulada paraísos artificiais, de luís de freitas branco, interpretado pela orquestra filarmónica de brno. o equilíbrio entre compositores nacionais e internacionais é, aliás, predominante este ano, havendo apenas uma representação mais destacada de ravel. «é uma programação baseada em compositores e não em obras específicas, escolas ou linguagens musicais», explicou o programador francisco sassetti.
neste sentido, o programa está «dividido por compositores de vários continentes», numa diversidade que vai desde a música erudita, passando pelo tango da américa do sul, até ao gamelão, da indonésia.
para facilitar a selecção de concertos há, como noutros anos, seis itinerários à escolha: do novo mundo, que privilegia a música das américas; da europa, dedicado à música erudita europeia; espírito livre, uma aposta em géneros não-eruditos, como o ragtime, blues, jazz, tango e o gamelão da indonésia; mal-amados, com obras de compositores com vidas conturbadas; modernistas, para as peças originais; e, por fim, diversidade, que inclui um pouco de todos os outros itinerários para quem quer ter uma ideia geral do festival.
como habitualmente, há ainda uma programação dedicada aos mais novos, intitulado fábrica das artes. são quatro concertos e uma oficina de jazz que, segundo madalena wallenstein, responsável pela fábrica das artes, «reflectem um período histórico na música desafiante para compor para crianças».
com um orçamento de 650 mil euros – 250 mil financiados pelos patrocinadores oficiais –, o festival prevê a apresentação de 65 concertos, num total de 29 718 bilhetes disponíveis. segundo os cálculos da organização – que não prevê a lotação de todas as salas – a receita de bilheteira deverá ser cerca de 190 mil euros. os bilhetes começam a ser vendidos a partir de sexta-feira, dia 4 de março, e custam 8.50€ no grande auditório, e 6,50€ no pequeno auditório e restantes salas.
alexandra.ho@sol.pt