«quando estamos em estúdio e uma ideia começa no baixo já sabemos que aquilo não vai dar nada», diz nuno, apoiado por cátia, a brincar.
esta familiaridade tem muitos anos, mas só agora é que começa a tornar-se pública. a razão é o lançamento do álbum de estreia dos guta naki, uma nova banda portuguesa que anda em digressão pelo país e hoje à noite (sexta-feira, dia 4) toca no teatro turim, em lisboa.
amigos há muitos anos, cátia, nuno e dinis juntaram-se em 2007 porque o apelo para a música chamava por eles. «queríamos ensaiar e fazer música», explica a vocalista. e nuno acrescenta: «não pensávamos em gravar. só depois de um ano a ensaiar é que achamos que estávamos preparados para fazer concertos e só depois de outro ano é que surgiu esta oportunidade de gravar e editar um disco».
com letras escritas por cátia – todas em português, até porque há palavras que a vocalista nunca ouviu cantadas -, os guta naki têm uma sonoridade contemporânea, com ambientes quentes, familiares e cheios de palavras próprias. questionados sobre qual o som dos guta naki, os próprios preferem sempre que sejam os outros a definir o seu som. «acho que essa é uma tarefa mais propicia ao ouvinte. temos um alinhamento de guitarra, baixo e voz que é muito rock, mas o que se faz depois com isso é muito relativo. acho que as bandas hoje em dia já não têm estilos», explica nuno.
em digressão há dois meses, o espectáculo de hoje à noite será mais uma oportunidade para a banda de lisboa «conhecer outras pessoas a ouvir» a sua música. «a digressão tem corrido muito bem. é engraçado perceber a reacção das pessoas, principalmente porque já há pessoas que vêm ter connosco, às vezes já como disco, e perguntam coisas sobre as músicas e as guitarras…», menciona cátia. «há também», acrescenta a vocalista, «quem já saiba as letras de cor. isso é uma coisa meio estranha. sentir que aquilo que fizemos sozinhos, no nosso canto, já não é nosso».
os bilhetes do espectáculo de hoje à noite custam 8 euros e depois os guta naki ainda tocam na marinha grande, no dia 15 de abril, nas berlengas, a 23 de abril e, em maio, vão aos açores.