Novas medidas ‘não violam acordo orçamental’

José Sócrates defendeu hoje que nenhuma das medidas anunciada na última sexta-feira «viola o acordo orçamental celebrado com o PSD» e acusou os sociais-democratas de quererem provocar uma crise política.

numa declaração ao país, o primeiro-ministro classificou como uma «vitória importante» os resultados da cimeira europeia extraordinária da última sexta-feira. e sustentou que o apoio conseguido «é fundamental para evitar que portugal seja obrigado a recorrer a ajuda externa», o que envolveria «medidas mais exigentes e gravosas».

o líder do executivo disse lamentar que o anúncio de novas medidas de austeridade tenha «suscitado tantas perplexidades e equívocos», separando o que são as propostas para avançar ainda este ano das medidas a impor em 2012 e 2013.

assegurando que o pec iv não resulta de dificuldades na execução orçamental, sócrates sustentou que «as medidas para 2011 são, fundamentalmente, de redução adicional» da despesa do estado, visando reforçar a confiança das instâncias europeias e dos mercados quanto ao cumprimento do valor de 4,6% do défice. propostas que «correspondem aos termos do acordo com o psd» no orçamento do estado para 2011, disse o líder do executivo.

falando após uma reunião extraordinária do conselho de ministros, sócrates afirmou que levará o pec iv ao parlamento e sustentou que todos terão que «assumir as suas responsabilidades». um desafio dirigido em particular ao psd: «o governo permanece disponível para discutir e negociar as propostas». sobre a já anunciada recusa dos sociais-democratas em viabilizar um novo plano de austeridade, o primeiro-ministro desafiou o maior partido da oposição a avançar com alternativas: «quais são então as medidas que apresentaria? apresentem lá outras». o contrário, sustentou, é «próprio de quem deseja uma crise política e não tem coragem de o dizer».

«quem quiser provocar uma crise política é livre de o fazer, através de uma moção de censura ou não aprovando o orçamento para 2012. mas uma crise política enfraqueceria o país», diria ainda josé sócrates. «este não é o tempo, não deve ser o tempo de oportunismo partidário e de sofreguidão pelo poder», referiu o primeiro-ministro, afirmando-se de «espírito muito tranquilo».

 

susete.francisco@sol.pt